Antes de se tornar o grande apresentador do SporTV, Rodrigo Rodrigues teve uma carreira ligada ao que mais gostava: música. O apresentador morreu nesta terça-feira (28), no Rio de Janeiro, aos 45 anos, por complicações da Covid-19. 

Rodrigo Rodrigues apresentou o “Troca de Passes” pela última vez em 9 de julho. Ele trabalhou também no SBT, na TV Cultura, na Band, na Gazeta, na ESPN Brasil e no Esporte Interativo. Estava no SporTV desde 2019. Ele começou a carreira em 1995, na Rede Vida. Em 2001, cobriu o Rock in Rio. O jeito espontâneo arrancava as melhores respostas. Passou por TV Cultura, SBT e Bandeirantes e lançou o primeiro livro em 2008: “As Aventuras da Blitz”, que conta a história da banda de rock liderada por Evandro Mesquita.

Em 2011, o jornalista cultural decidiu se aventurar no esporte. Foi contratado pela ESPN e cativou os atletas da mesma forma que fazia com os músicos. Rodrigo sabia dar espaço para cada convidado brilhar. Cada um no seu momento. Como numa banda de rock, todo instrumentista tem direito ao solo. Nada mais natural para esse jornalista-roqueiro, líder da banda The Soundtrackers, que toca músicas de filmes e lançou três discos

Durante uma apresentação da banda no “Domingão do Faustão”, Rodrigo respondeu assim à pergunta do apresentador sobre o começo de sua carreira: “Eu comecei desenhando, aí passei pro violão. E, aí, quando eu achava que ia ser professor de arte e tocar na noite, eu fiz um teste acidental e virei apresentador. Não parei mais, faz 25 anos... Mas eu nunca deixei de tocar, eu faço questão de manter a banda porque uma paixão alimenta a outra”.

Rodrigo Rodrigues tinha 45 anos. No dia 13 de julho, decidiu fazer teste para a Covid-19 mesmo sem sintomas ­– dia 9 tinha sido seu último dia presencial no trabalho. Relatou que um amigo, com quem havia tido contato, tinha acabado de testar positivo. O resultado do teste de Rodrigo também deu positivo, e ele foi imediatamente afastado. Nos dias posteriores, Rodrigo apresentou sintomas como falta de paladar e olfato, mas dizia se sentir bem.

No entanto, a situação mudou no último sábado. Segundo o boletim médico do hospital onde foi internado, Rodrigo deu entrada na emergência com quadro de dor de cabeça, vômito e desorientação. No dia seguinte, foi submetido a um procedimento para diminuição da pressão intracraniana em decorrência de uma trombose venosa cerebral. Ele não resistiu e teve a morte confirmada nesta terça-feira.