O grito das atletas da Superliga feminina de vôlei contra o ranking segue firme, mas de pouco tem adiantado a visão e o sentimento das principais protagonistas do maior torneio do país. Na última semana, a iniciativa criada no começo dos anos 90, e que visa equilibrar o torneio, foi mantida após votação entre os 10 clubes (os dois rebaixados não votam) e representantes das jogadoras. De todos os participantes da Superliga feminina, apenas o Dentil-Praia Clube foi contra a ideia, assim como a entidade das atletas.
"Atualmente, não acreditamos que o ranking seja um fator de equilíbrio. Consideramos ultrapassado. Em alguns momentos, regras eram colocadas para beneficiar uma ou duas equipes. Já fazem três anos que votamos contra o ranking. A maioria dos clubes ainda acredita que o ranking pode ser um fator de equilíbrio, mas não pensamos desta forma", comenta André Lelis, gerente do clube de Uberlândia.
O Minas viu o ranking obrigar o clube a perder forças na próxima temporada. Com a levantadora Macris chegando aos sete pontos, ao lado das pontas Natália e Gabi, o time já sabe que não terá uma das três na edição 2019/2020 da Superliga. A regra limita duas estrangeiras por time, além de duas atletas de sete pontos, no máximo, em seus elencos.
Mesmo sendo prejudicado, o Itambé-Minas votou a favor, assim com havia acontecido nos últimos anos. "É uma questão polêmica, que sempre gera debate dentro do clube. Não existe uma unanimidade no Minas. Preferimos manter a coerência dos últimos anos, quando também fomos a favor. Acreditamos que, assim, teremos uma Superliga mais homogênea", afirma Keyla Monadjemi, diretora do time.
Por um fio. Ao mesmo tempo, ela vê o ranking com os dias contados. "Acho que as coisas vão caminhar para que ele não exista mais. O ranking tem perdido força nas últimas temporadas. A atual edição da Superliga está mais equilibrada e não acho que é por causa do ranking e sim porque temos cinco ou seis times de maior investimento", salienta.
"O fim do ranking vai acontecer quando todos entenderem que este equilíbrio ocorrerá naturalmente pelo mercado, e não por regras. Um exemplo é Praia, Minas e Barueri terem duas jogadoras de 7 pontos e as demais estão jogando de igual para igual, transformando esta temporada em uma das mais equilibradas dos últimos anos. Qualquer um dos quatro semifinalistas poderá ser campeão", afirma Lelis. Mesmo votando a favor, Keyla vê situações que poderiam ser alteradas. "Acho que centrais e levantadoras não deveriam ganhar pontuação máxima", indica.
Até poucas temporadas, o ranking dividia todas as atletas por pontuação. Cada time, somando as jogadoras do seu elenco, poderia ter no máximo 32 pontos, o que gerava um 'quebra-cabeça' ainda maior do que o de hoje. A mudança ou extinção do ranking pode até acontecer, mas será válida somente para a temporada 2020/2021, uma vez que sua aprovação será válida para a próxima edição da Superliga.
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