Aplicativos de encontros, como Grindr e Bumble, passaram por uma mudança na Austrália. Eles se comprometeram a seguir um código nacional de conduta que visa diminuir casos de assédio e violência sexual no meio online.

Segundo o governo australiano, uma pesquisa realizada pelo Instituto Australiano de Criminologia, feito ao longo de cinco anos, comprovou que três em quatro pessoas já foram vítimas de alguma forma de violência sexual facilitada por esses aplicativos de relacionamento. Por isso, a Austrália resolveu criar um código de conduta, que, no país, funciona como regulamentação de determinadas áreas e negócios.

Bumble, Grindr e o grupo 'Match Group Inc.', que gere apps como Tinder, Hinge, OKCupid e Plenty of Fish, representam 75% desse mercado de relacionamento na Austrália. Todos eles concordaram com o código de conduta, e, para isso, terão que realizar algumas alterações nas plataformas, como investir em um sistema de detecção de ameaças e incidentes online, criar um meio de denúncias e banir contas envolvidas em violência sexual.

Além disso, todos os mecanismos de denúncia e reclamação nos aplicativos devem ser destacados, além de funcionar de forma transparente. Os apps serão avaliados no quanto estão cumprindo ou não o código de conduta. Houve, inclusive, participação dos aplicativos na criação do projeto.

Happn, Coffee Meets Bagle e Feeld foram as três plataformas que ainda não assinaram o código de conduta australiano.

O que os apps disseram?

O Bumble afirmou que também compartilha da missão do governo de eliminar a violência de gênero. A plataforma também afirmou que valoriza a oportunidade de trabalhar com o governo e a indústria no que a plataforma descreveu como um “código de práticas pioneiro no mundo, afirmou a Fast Company.

“Sabemos que a violência doméstica e sexual é um problema enorme na Austrália e que as mulheres, os membros das comunidades LGBTQ+ e os povos indígenas correm maior risco”, afirmou o Bumble por meio de um comunicado.

O Grindr, aplicativo voltado para o público gay, também informou estar “honrado em participar do desenvolvimento do código e compartilha o compromisso do governo australiano com a segurança online”.