O tombamento do Palácio da Liberdade, concebido como residência oficial e sede do Governo de Minas Gerais, completa 50 anos nesta segunda-feira (27/1). Nesta data, um dos mais importantes espaços do Circuito Liberdade, recebe o maior investimento em restauração da sua história: mais de R$ 10 milhões. Além disso, o Palácio contabilizou, somente em 2024, quase 400 mil visitantes.

Construído junto com Belo Horizonte, o Palácio da Liberdade abriu as portas para receber a população e turistas em 2019. Administrado pela Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG) e com uma programação cultural diversa, gerida pela Fundação Clóvis Salgado, o palácio passou a receber exposições e eventos que integram projetos como o Natal da Mineiridade, a Virada da Liberdade, a Minas Santa e a Minas Junina.

O hall do andar superior, um dos espaços mais bonitos do palácio (Foto: Poly Acerbi / Divulgação)

"Em situação crítica desde 2023 e com patrocínio do Ministério Público de Minas Gerais, o Palácio da Liberdade vem passando por intervenções visando sua recuperação: troca do telhado, recuperação de pinturas parietais, iluminação e jardins. Tudo isso aliado ao desejo do governador Romeu Zema de que as pessoas continuem visitando o Palácio, que é de toda a mineiridade”, pontua Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo. 

“Nosso espaço central e histórico da política é hoje também o centro da cultura mineira, com inúmeras atrações artísticas. Aberto, público, livre e democrático. Isso, a meu ver, é o que devemos comemorar. A democratização do acesso aliado ao cuidado com nosso patrimônio, feitos de forma magistral pelo Instituto do Patrimônio Histórico de Minas Gerais (Iepha-MG)", acrescenta o secretário.

A fachada do Palácio da Liberdade, que agora é aberto à visitação pública (Foto: Poly Acerbi / Divulgação)

O presidente do Iepha-MG, João Paulo Martins, também reforça a importância do equipamento e sua vocação cultural. “Por tudo o que o Palácio da Liberdade representa, a restauração é algo histórico”, diz. “Memória mais que viva, ativa, o palácio, incluindo seus jardins, é espaço dedicado à arte, cultura, conhecimento, entretenimento. Palco das mais importantes solenidades e eventos, o espaço segue quebrando recordes de visitação. Nascido sob o signo do poder, o Palácio da Liberdade tornou-se sinônimo de liberdade”, completa Sérgio Rodrigo Reis, presidente da Fundação Clóvis Salgado. 

História

O tombamento do Palácio da Liberdade foi oficializado pelo decreto estadual nº. 16.956, de 27 de janeiro de 1975, que reconheceu o valor artístico, histórico e paisagístico desse imponente edifício e de seus jardins. O registro incluiu as fachadas, áreas internas, elementos decorativos, a fonte, esculturas, o orquidário, o quiosque e demais bens que compõem o conjunto arquitetônico e cultural do local. 

A escadaria é a obra-prima do monumento, foi trazida da Bélgica e tem um estilo de construção inovador (Foto: Poly Acerbi / Divulgação)

Desenhado pelo arquiteto José de Magalhães, no projeto da nova capital de Minas Gerais, o palácio possui um estilo arquitetônico eclético, que combina o classicismo romântico francês com influências do neobarroco e do renascentismo italianos. A pedra fundamental foi lançada em 7 de setembro de 1895, e as obras tiveram início em 25 de novembro do mesmo ano. Desde então, o edifício, localizado na praça da Liberdade se consolidou como um símbolo da identidade mineira e do poder estadual, abrigando secretarias públicas e sendo palco de momentos históricos marcantes.

A Sala de Banquete e sua belíssima mesa retrátil presenciou muitos fatos históricos (Foto: Poly Acerbi / Divulgação)