O Rio de Janeiro é Zona Sul – de Ipanema ao Flamengo. Nessa área turística estão os cartões-postais que fazem a fama mundial da Cidade Maravilhosa: o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, as praias de Copacabana e Ipanema. Os interesses dos turistas não ultrapassam os limites dessa área nobre da cidade. Já na Zona Oeste, descortina-se um Rio que mistura 28 km de praias tranquilas, muita natureza com florestas e lagoas extensas, condomínios de luxo e grandes shoppings. A Barra da Tijuca é a “versão carioca de Miami”, um lugar aprazível para o visitante que busca descanso, praias menos lotadas e mais segurança.
Praias
No quesito praias, em uma sequência irresistível, estão a do Pepê (homenagem ao surfista que melhor encarnava o “menino do Rio”, da famosa música de Caetano), da Barra da Tijuca (a mais urbana, com muitas ondas fortes), Reserva (na borda da Lagoa de Marapendi), Recreio (dominada pela Pedra do Pontal, da música de Tim Maia “Do Leme ao Pontal”), da Macumba (uma espécie de Arpoador a oeste), Prainha (menor, em uma enseada irresistível), do Abricó (para nudistas, escondidinha em uma mata) e Grumari (é preciso ir de carro para depois voltar).
Lagoa de Marapendi
Percorrendo a orla, de quiosque em quiosque, de posto em posto, por alguns minutos você se esquece de que está no Rio tamanha a diversidade de cenários bucólicos e a ausência de turistas e do burburinho típico de uma metrópole. O Rio da Zona Oeste leva ao Sítio de Burle Marx, antiga casa do paisagista, que abriga 3.000 espécies de plantas nativas; à Ilha da Gigoia, com a maior concentração de bares por metro quadrado da cidade; e ao Parque Natural Municipal de Marapendi (@parquedemarapendi), onde se localiza a lagoa homônima.
O espelho d’água de Marapendi é cercado por densa vegetação, onde vivem diferentes tipos de mamíferos, répteis e aves. Com 10 km de extensão e 3 m de profundidade, o atrativo ganhou o codinome de “Pantanal carioca” por abrigar fauna e flora similares ao da região de Mato Grosso do Sul (lá tem jacarés? A resposta é sim, tem uma população significativa de garças e jacarés-de-papo-amarelo). A lagoa salobra, ou seja, com teor de sal intermediário entre o da água doce e o da salgada, é ainda cercada por um extenso manguezal, onde se pode contemplar garças, patos selvagens e capivaras.
A água é imprópria para banho, e hotéis como Grand Hyatt Rio de Janeiro, cinco estrelas localizado entre a lagoa e praia, oferecem passeio de barco com duração de uma hora, com a presença de um biólogo que aponta os destaques locais. O turista pode terminar o dia contemplando o pôr do sol dourando o espelho d’água. Nessa hora, galinhas-d’água, garças-moura, filhotes de jacarés-de-papo-amarelo, fragatas, siris e carcarás costumam dar as caras. A proximidade com os animais e com a Mata Atlântica gera uma sensação de conexão com a natureza.
Museu Casa do Pontal
Na Barra da Tijuca, o Museu Casa do Pontal é aquele atrativo que se diria “obrigatório”. O “Inhotim fluminense” é uma reserva ecológica de 14 mil m², com paisagismo assinado por Burle Marx e mais de 9.000 obras de 300 artistas, colecionadas durante 45 anos pelo francês Jacques van de Beuque. É um dos mais importantes museus de arte popular do país e foi reconhecido no ano passado pela Unesco, braço da ONU para cultura, educação e ciência, como referência internacional. A Unesco o descreve como um “verdadeiro museu antropológico".
Quem visitar o espaço em julho poderá apreciar a exposição “Cobra Canoa”, de Paulo Desana e Larissa Ye’pa, sobre a narrativa presente nas culturas de diferentes povos indígenas brasileiros; 35 pinturas do artista Jair Gabriel em “Imagens da Intuição”, desenvolvidas com a técnica do pontilhismo; esculturas de José Bezerra e artistas do Vale do Catimbau espalhadas pelo jardim; conjuntos de peças em torno da obra cinética “O Circo”, do artista niteroiense Adalton Fernandes Lopes; e a mostra “Centenário Jacques van de Beuque”, com fotos, histórias e vídeo com a trajetória do fundador da instituição.
Parque Nacional da Tijuca
Uma das entradas do Parque Nacional da Tijuca é a Barra da Tijuca. A área de conservação abrange bairros como Alto da Boa Vista, São Conrado, Cosme Velho, Santa Teresa e Andaraí. Conhecer o parque é ficar por dentro também da história do Brasil. As florestas que compõem a reserva são conhecidas por serem as primeiras áreas protegidas do Brasil, com ações iniciadas em 1861 por dom Pedro II, com o objetivo de promover o reflorestamento e permitir a regeneração natural da vegetação, desmatadas, à época, para a plantação de café.
Com 39,5 km², o parque se divide em três setores – uma dica é começar pelo Setor Carioca, onde se encontra a Mesa do Imperador. Com uma vista de tirar o fôlego, o local tem uma mesa de pedra, onde eram servidos brunches e almoços para nobres no Segundo Império. De lá, o guia leva os visitantes até a Vista Chinesa, onde, além de apreciar toda a Zona Sul da cidade e a Lagoa Rodrigo de Freitas, eles podem conhecer o pagode – estruturas de telhados curvos de estilo asiático –, construído entre 1902 e 1906 em homenagem aos chineses que trouxeram o cultivo do chá para o país, no século XIX.
Da Vista Chinesa, a dica é seguir para o Setor Floresta, que abriga a Cascatinha Taunay, onde há uma bonita ponte de pedras, em formato de arco romano, construída em 1860 e para onde se mudou o pintor francês Nicolas Antoine Taunay. Ali por perto estão também o Açude da Solidão, onde o barão do Bom Retiro se refugiava depois de ter perdido o filho na Guerra do Paraguai, e a Capela Mayrink, edificação cor-de-rosa construída em 1855. O parque ainda conta com os setores Pedra Bonita e Pedra Gávea e os Pretos. Para quem quiser explorar mais a Barra, o Parque Nacional da Pedra Branca, em Vargem Grande, é outra opção.
O roteiro apresentado faz parte de apenas algumas das muitas atrações oferecidas pelo parque, que guarda diferentes atividades de aventura, como trekking, ciclismo, escalada, bicicross, downhill, rapel e voo livre. No local, há pelo menos 41 trilhas, somando 63 km, e um conjunto de oito florestas. O visitante pode ainda fazer a observação de pássaros – são mais de 200 espécies. O passeio pelo parque não faz parte da programação do Grand Hyatt Rio de Janeiro, mas é possível pedir uma ajudinha ao hotel para fazer o tour com uma empresa de confiança.
"Veneza Carioca"
Depois de passar a manhã no Parque Nacional da Tijuca, parada para um almoço na “Veneza carioca”, que inclui as ilhas da Coroa, Primeira e da Gigoia. Para chegar lá, é preciso pegar uma embarcação que passa por um canal cercado por palafitas (casinhas sustentadas por estacas sobre as águas), referência à cidade do norte da Itália.
Na Ilha Primeira está o Ocyá, restaurante especializado em peixes e frutos do mar. O espaço foi eleito entre os cem melhores da América Latina pelo prêmio Latin America’s 50 Best Restaurants e está indicado no roteiro do “Guia Michelin”. À beira do canal, os clientes podem saborear peixes maturados e assados na brasa, polvo, mexilhões, tudo feito a partir de uma pesca consciente e seletiva, realizada pelo chef e proprietário Gerônimo Athuel.
(*) A repórter viajou a convite do Grand Hyatt Rio de Janeiro
Serviço:
- A maneira mais fácil de chegar à Barra da Tijuca é descendo no aeroporto de Jacarepaguá (8 km), que tem voos diretos e regulares da Azul Linhas Aéreas;
- A Barra da Tijuca também tem ainda os principais shoppings do Rio – são 13 centros de compras, entre eles o Barra Shopping, o Village Mall, o New York City Center e o Rio Design Barra;
- Nos últimos anos, a região ganhou duas das melhores casas de shows do Rio de Janeiro – a Farmasi Arena e o Qualistage, além da Cidade das Artes;
- Todas as quintas e domingos, acontece a Feira da Praça do Ó, na Praça São Perpétuo;
- Duas observações importantes para o turista: na Barra da Tijuca é melhor circular de táxi ou aplicativo – pode ainda usar o VLT, porque a única estação de metrô é a Jardim Oceânico (Linha 4).
Onde se hospedar:
Durante o mês de julho, o Grand Hyatt Rio de Janeiro (foto acima, crédito: Grand Hyatt / Divulgação) hotel localizado entre a praia da Barra e a lagoa de Marapendi, preparou o Atiaia (foto abaixo, crédito: Grand Hyatt / Divulgação), cré é o Day Spa de Inverno, um ritual de 140 minutos que inclui escalda-pés, esfoliação corporal, que promove renovação da pele, deixando-a suave e luminosa, massagem com pedras quentes, trazendo conforto e dissipando tensões com o calor terapêutico, massagem relaxante na cabeça proporcionando alívio e clareza para a mente, complementando a serenidade e um chá e mix de castanhas para prolongar o bem-estar (R$ 792).
No Cantô Gastrô & Lounge, restaurante aberto a não hóspedes, os amantes do vinho poderão experimentar o Grand Wine Tasting Experience. Disponível das 19h às 23h, o cliente irá degustar uma seleção exclusiva de cinco rótulos de vinhos, com um varal de queijos, frios, petiscos, geleias, frutas, torradas, nuts, crackers e chocolates (R$220 + 10%, por pessoa).
Para crianças
No dia 20 de julho, a partir das 13h, o resort fará o seu tradicional brunch infantil, desta vez com a presença dos personagens da nova animação dos Smurfs. Na ocasião, o chef de banquetes Carlos Volker assina o menu que traz frios, queijos, saladas, antepastos, pratos quentes, estações ao vivo, além de pratos veganos. Outro destaque é a estação de sobremesas com criações da chef pâtissier Paula Peixoto. Também estão inclusos espumante e bebidas não alcoólicas (R$ 290, por adulto, já com taxas inclusas; adolescentes de 13 a 17 anos pagam R$ 217,50; crianças de 06 a 12 anos pagam R$ 145 e menores de 6 anos R$ 10).
Para os pequenos hóspedes há o Kids Club, área de recreação para crianças até 12 anos, disponível diariamente das 9h às 18h, na qual ocorrem atividades lúdicas como desenho, pintura, leitura, teatro, jogos, entre outras. Além disso, de 18 de julho até 03 de agosto, a diversão é garantida para a criançada, que terá recreação diariamente das 10h30 às 17h30.
Grand Hyatt Rio de Janeiro : Avenida Lúcio Costa, 9.600, Barra da Tijuca. Diárias a partir de R$ 1.026 + taxas (para uma pessoa) . Informações e reservas no site Grand Hyatt Rio de Janeiro ou Instagram @grandhyatt_rio