A partir do dia 9 de junho, o governo da França anunciou que reabre suas fronteiras aos estrangeiros em prazos que variam de acordo com a situação de saúde em cada país. A medida visa incrementar o turismo francês nos meses do verão, que começa oficialmente no dia 21 de junho.
Segundo Caroline Putnoki, diretora-geral do Atout France, órgão oficial de promoção da França no Brasil, a reabertura é uma boa notícia, porque o país está retomando aos poucos a atividade turística. "A grande esperança é a volta dos norte-americanos, por conta da temporada de verão", assinala.
Mapa de cores
As autoridades francesas dividiram o mapa do mundo em três cores - "verde", "laranja" e "vermelha" -, com base em indicadores de saúde e vacinação de cada país, que poderá ser modificado ou adaptado de acordo com as mudanças epidemiológicas. "A América do Sul ainda terá que esperar um pouco", lamenta Caroline.
Segundo Jean-Baptiste Lemoyne, secretário de Estado do Ministério para a Europa e Relações Exteriores, para os países que estão fora do espaço europeu, vamos trabalhar com listas e cores. "Haverá os países verdes, os países laranja e os países vermelhos”, afirmou ele em entrevista.
Barrados
O Brasil está na classificação "vermelha", e os brasileiros só poderão entrar na França em viagens consideradas essenciais, "imperiosas", segundo a definição do governo francês. "É preciso um motivo forte, como viagens para tratamento e saúde ou a trabalho inadiável", explica Caroline.
Se o turista brasileiro estiver imunizado com uma das quatro doses reconhecidas pela União Europeia - AstraZeneca, Moderna, Janssen ou Pfizer -, assim mesmo precisará apresentar teste PCR negativo para Covid-19 realizado até 36 horas antes da viagem e fazer um outro na chegada ao aeroporto.
Quarentena
Um espaço para os exames foi montado na área de recuperação de bagagem do Aeroporto Internacional Charles de Gaulle. O teste não terá custo para o viajante. O turista ainda será obrigado a fazer isolamento de sete dias para os imunizados e de dez dias para quem ainda não recebeu vacina.
O controle da quarentena também promete ser rigoroso. O viajante estará sujeito a visitas da polícia francesa para verificar se está cumprindo o isolamento e caso desobedeça a regra poderá pagar multa de 1.500 euros (o equivalente a R$ 3.417,281), e o dobro do valor em caso de reincidência.
Liberados
Na classificação elaboradora pelo governo francês, países em cor "verde" estão autorizados a entrar na França sem muitas restrições, entre eles os membros da União Europeia (UE), Austrália, Coreia do Sul, Israel, Japão, Líbano, Nova Zelândia e Singapura.
Em cor "laranja" estão os países onde a propagação do vírus está controlada, mas que ainda causam preocupação nas autoridades sanitárias, entre eles nações da África e da Ásia, Caribe, Equador, EUA, Guiana, Paraguai, Peru, Oriente Médio, Reino Unido, Rússia e Venezuela.
"Cor vermelha"
A classificação na cor "vermelha" inclui os países com pandemia não controlada e a presença de variantes do coronavírus, como África do Sul, Argentina, Bahrein, Bangladesh, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Índia, Nepal, paquistão, Sri Lanka, Suriname, Turquia e Uruguai.
Nas últimas semanas, a França também flexibilizou o toque de recolher noturno, que está em vigor desde 16 de janeiro, inclusive com fechamento do comércio às 18h. Ele foi encurtado entre as 12h às 6h a partir de 19 de maio e deve ser totalmente suspenso a partir de 9 de junho.
Otimismo
Segundo a plataforma Covidvisualizer, que atualiza as informações da vacinação de cada país em tempo real, a França já aplicou cerca de 38 milhões de doses de imunizantes. Desde o início da pandemia, em março de 2020, o país já registrou 5.701.029 casos (198.154 ainda ativos, 109.916 de mortos e 5.392.959 de recuperados).
Em 2019, a França recebeu cerca de 800 mil turistas brasileiros. O Brasil é, ao lado dos Estados Unidos e da China, o terceiro mais importante mercado fora da Europa. "Quando a França reabrir as fronteiras para o Brasil, vai ter um boom de turistas brasileiros viajando para o país", comenta Caroline otimista.