Portugal

Gosta de vinho? Descubra porque Lisboa atrai cada vez mais enoturistas

Além das regiões do Douro e Alentejo, arredores da capital portuguesa têm reconhecidas vitivinícolas, uma boa dica para sua próxima viagem

Por O Tempo
Publicado em 06 de dezembro de 2023 | 15:21
 
 
 
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Se o simples fato de viajar a já é animador para qualquer pessoa nesta época do ano, imagina então embarcar num roteiro imersivo sobre o universo enófilo nas mais concorridas e renomadas vitivinícolas portuguesas da atualidade? Lisboa é a bola da vez quando o assunto é o enoturismo, oferecendo as melhores experiências e infinitas surpresas.

Deacordo com dados de associações de sommeliers na Europa, enoturismo chegará a uma receita de US$ 13 bilhões em 2026. Os especialistas, ligados às rotas mais importantes de vinho do Velho Continente, acrescentam que o mercado global para esse tipo de viagem deve crescer de US$ 6,98 bilhões em 2021 pata US$ 12,99 bilhões até 2026.

Portugal tem uma forte tradição vitivinícola, e a excelência de seus vinhos tem reconhecimento em todo o mundo. O Douro e o Alentejo são as regiões mais famosas. Nos últimos anos, a viticultura evoluiu em Lisboa, favorecendo a obtenção de uvas de melhor qualidade, com produções economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis.

Hoje, o enoturismo conta com dois tipos de viajantes: os que buscam uma experiência luxuosa, exclusiva, e aqueles que buscam algo casual e divertido, apenas para apreciar as bebidas ou conhecer sabores especiais. As experiências incluem visitas a vinhedos para conhecer o processo de produção e a adegas e restaurantes para degustações.

Em Lisboa, ao combinar castas tradicionais locais, como Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional em seus tintos, e Arinto, Encruzado e Alvarinho em seus brancos, com Chardonnay e Cabernet Sauvignon, os resultados têm conquistados até os mais exigentes apreciadores da bebida, desbancando destinos antes tradicionais no segmento. 

Com diversas denominações de origem e características distintas, a região lisboeta é compreendida pelo famoso Moscatel de Setúbal, um licoroso encorpado e fortificado, seguido pelos brancos de Bucelas, que já foram apreciados pela Corte Real inglesa, por Colares e Carcavelos, ambos considerados historicamente interessantes pelos apreciadores.

Adega de Palmela oferece o famoso Moscatel de Setúbal

Península de Setúbal

O Moscatel de Setúbal é um dos mais apreciados, tanto pelos portugueses quanto pelos estrangeiros. Envelhecido em barricas de carvalho, possui aroma de flores de laranjeira. Caracteriza-se como uma sobremesa encorpada, aveludada e muito intensa, que se faz obrigatória em qualquer degustação. No local, também é produzido o Moscatel tinto, considerado um vinho mais fino, a um aroma mais complexo a frutos secos.   

Palmela

Com colheitas premiadas internacionalmente e adegas inovadoras, a região é uma das maiores, mais antigas e das que mais produz em Portugal. No primeiro foral da vila, em 1185, suas vinhas e seus vinhos já eram referenciados. A tradicional casta tinta Castelão e os brancos Fernão Pires e Moscatel têm conquistado inúmeros prêmios internacionais, em função principalmente do investimento e da renovação de suas grandes adegas. Sede da rota regional dos vinhos, onde é possível marcar visitas e provas, essa zona é rica em produtores e produtos, apresentando vinhos tintos suaves e picantes, brancos floridos, além do Moscatel, tão suave e doce quanto as colinas onduladas onde suas uvas são cultivadas.

Colares

Produzido essencialmente a partir das castas Ramisco e Malvasia em chãos de areia, esse vinho enfrenta os fortes ventos do Atlântico carregados de sal para dar à mesa brancos e tintos únicos e diferenciados. Com uma área de produção reduzida pelas frequentes intempéries, são achados para quem procura raridades e se dispõe a esperar por algo especial. Os brancos são quase salgados e, os tintos, cheios de taninos, quanto mais velhos, melhores ficam. Vale a visita à Adega Regional de Colares para conhecer mais sobre esse fenômeno.

Vinhedos na Quinta de Santana, localizada 30 minutos ao norte de Lisboa

Carcavelos

Igualmente raro e precioso, esse fortificado é ideal para beber como um digestivo suave, após uma refeição especial. Elaborado com uvas Trincadeira, Galego-Dourado, Espadeiro e Negra Mole, a arte de produzi-lo é conhecida desde os tempos em que o próprio Marquês de Pombal o fazia. Seu aroma aumenta conforme seu envelhecimento. Devido ao tempo de estágio obrigatório em vasilhame e em garrafa para adquirir suas características, sua produção está paralisada há alguns anos. Mesmo assim, é possível conhecê-lo na Confraria em Oeiras, onde ainda é comercializado.

Bucelas

Um dos vinhos brancos portugueses mais antigos e conhecidos Leve e frutado, conseguido através da casta Arinto, tem um aroma único, próximo dos Riesling alemães. Perfeito para beber fresco numa tarde quente. Grandes nomes da literatura nacional e internacional, como Eça de Queirós, William Shakespeare, Charles Dickens e Lord Byron, referiam-se a ele com entusiasmo. Acredita-se que suas vinhas existam desde a ocupação romana, há 2.200 anos e, com toda essa experiência em cultura de vinhos, oferece um sabor único que, contestado ou não, deve ser provado bem fresco, de preferência depois de uma visita ao Museu do Vinho e da Vinha de Bucelas.

Ginjinha

Bebida típica de Lisboa, este licor doce feito de cerejas ácidas pode ser bebido de acordo com o gosto do freguês: de manhã, à tarde ou à noite, gelado, fresco ou natural, com ou sem fruta. A medida é pequena, mas suficiente para aquecer a alma. Vale a pena percorrer as várias “tasquinhas” que se tornaram ponto de parada obrigatório nos bairros tradicionais da cidade para provar — e se surpreender — com licores de todos os tipos de produção e proveniência.

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