Ceará

Parque em Jericoacoara é leiloado por R 61 milhões para melhorias turísticas

Consórcio Dunas vence leilão de concessão e terá que fazer investimentos por um período de 30 anos

Por O Tempo
Publicado em 27 de janeiro de 2024 | 09:32
 
 
 
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Com uma oferta de R 61 milhões, o Consórcio Dunas venceu, nesta sexta-feira (26/1), o leilão de concessão de serviços de apoio à visitação no Parque Nacional de Jericoacoara, o famoso balneário cearense. O Projeto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prevê, em um período de 30 anos, investimentos na ordem de mais de um bilhão, sendo R$ 116 milhões em infraestrutura e R$ 990 milhões na gestão dos serviços de apoio à visitação na unidade. 

A cerimônia de concessão do Parque aconteceu na Bolsa de Valores do Brasil (B3), em São Paulo (SP), com as presenças de representantes do Ministério do Turismo, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria do Programa de Parcerias e Investimentos (SEPPI/PR), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara e de consórcios concorrentes.

 Segurança e acessibilidade

O aporte de recursos permitirá a melhoria das estruturas, a mitigação de impactos ambientais, bem como a experiência do visitante, seja por meio da criação de novos atrativos dentro do parque, seja por dar segurança e acessibilidade, possibilitando, dessa forma, que praticamente todos os perfis de públicos acessem suas belezas naturais. “ O MTur, o MMA e o ICMBio vêm trabalhando no aprimoramento dos serviços de apoio ao uso público das unidades de conservação, por meio das concessões. O objetivo é valorizar essas unidades de conservação e potencializar a visitação turística”, destacou Carlos Henrique Sobral, ministro em exercício do Ministério do Turismo. 

Essa foi a primeira concorrência da carteira do PPI em 2024. Após o encerramento, o Consórcio Dunas firmou um compromisso com o ICMBio, o Estado do Ceará e o turismo brasileiro, para trabalhar na consolidação do parque como destino turístico internacional. Iara Vasco, diretora de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do ICMBio, ressaltou a importância de avançar na implementação de parques nacionais para benefício da sociedade e reforçou o papel das parcerias.

Cada vez mais turistas

Segundo o ICMBio, a visitação em unidades de conservação em 2018, período pré-pandemia, já tinha estabelecido um novo patamar com mais de 12,4 milhões de visitas, um aumento de 16% em relação ao ano anterior. Em 2022, pós-pandemia, foi registrado um aumento de mais de 80% na visitação, com quase 22 milhões de visitantes. 

O Parque Nacional de Jericoacoara é um dos principais cartões-postais brasileiros. O atrativo faz parte da Rota das Emoções, tem mais de 1,5 milhão de visitantes em seus mais de 8.000 hectares, que resguarda ecossistemas marinho-costeiro como mangues, restingas e dunas de alta relevância ecológica.

O aumento em 20% do volume de turistas após a inauguração do aeroporto no município de Cruz, a diminuição das verbas em 16% nos últimos anos para a preservação do parque e o trânsito de carros, bugues, quadriciclos e jardineiras, sem fiscalização, principalmente nas áreas de desova de tartarugas-marinhas, ameaçavam a área ambiental.

Para controlar a visitação, a prefeitura local cobrava desde 2017 uma taxa ambiental. No ano passado, cada visitante pagava R$ 4,15 para uma estadia de dez dias, mas a administração municipal não repassava a arrecadação para o parque. E caso o turista excedesse esse prazo, era cobrado R$ 4,15 por pessoa e por dia. Isso, no entanto, não inibiu o turismo em era massa na localidade.

 

 

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