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Peixeiro de Fortaleza vira 'palhaço em bicicleta' durante a Copa

Personagem é criação original do humilde cearense, comprovando potencial da cidade para o humor

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PUBLICADO EM 29/06/14 - 10h43

O famoso potencial humorístico e de formação de personagens diferenciados de Fortaleza pode ser visto até mesmo nas ruas.

Foi impossível não ter a atenção chamada por Vevé, ‘o palhaço que gosta de café’, como ele mesmo se denomina. Com frases elaboradas e uma criação original (e própria), ele passeia nos arredores do estádio Castelão, onde México e Holanda se enfrentarão, às 13h, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Depois de acordar às 5h e tomar sua bebida preferida, ele sai para tentar voltar para casa com um troco a mais.

Em uma bicicleta de muitos anos e pintada com as cores verde e amarela, ele carrega, na parte de trás da companheira, uma bola, um tênis reserva e uma peruca de David Luiz. O local ainda serve de depósito para possíveis doações. Na parte da frente, boné e chapéu para se proteger do sol. “Venham me ajudar com um dinheiro pra eu continuar enchendo vocês”, gritava.

Na sua fantasia, nas mesmas cores que a bicicleta, ele a complementa com um óculos gigante, um cabelo moicano, ao estilo Neymar, e uma corneta que é assoprada ao fim de cada brado em ‘cearês’, idioma que mistura uma palavra na outra e é falado com uma rapidez característica. Tudo com muito sotaque. /

O desfalque, para este domingo, foi o cachorro ‘Bill Lepo Lepo’, homenagem ao atacante do Ceará, ex-jogador de Coritiba e Corinthians. “A apelido pegou depois que o Bill fez três no Fortaleza. Virou ídolo”, mostra.

Substituição, por favor

Ele sabe que sua amiga já está velha e pede por uma nova. “Queria uma mais moderna, com guarda-chuva, para proteger do sol forte”, mostra. Mesmo acostumado com a temperatura da cidade que lhe criou, ele pede um descanso.

Em todas as Copas, ele sai pelas ruas de Fortaleza, para se exibir e tentar fazer algum dinheiro. “Minha mulher Maria fala que eu sou louco”, festeja.

Assim que a Copa acabar, Vevé sai de cena e entra em ação o peixeiro Everardo Caetanos dos Santos, de 50 anos. A bicicleta serve de bagagem para levar os carás e tilápias que vende pela cidade. Com ou sem bicicleta, Vevé carrega uma simplicidade e humildade que impressionam.

“Muitos acham que eu sou pobre, mas sou rico, mesmo sem dinheiro.  Tem gente, em outros países, que come rato pra sobreviver. Eu tenho meu arroz com feijão e ovo todo dia no meu prato. Sou feliz demais e valorizo o Brasil. E é assim que deve ser, visse?”, brinca, entre um pedido e outro de foto.

Rádio Super

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