A semana começa em meio à enorme expectativa sobre o desfecho do julgamento final, no Senado, do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, que estaria com as horas contadas no cargo.
A sociedade também aguarda que Dilma cumpra a promessa de comparecer, hoje, ao plenário, para fazer sua defesa. Trata-se de uma última cartada para defender seu mandato.
O governo interino aposta que Dilma terá seu mandato cassado e será declarada inelegível por oito anos por ampla maioria de votos dos senadores. Mas ela prometeu que lutará até o fim em defesa do resultado das urnas.
Antes de tomar a decisão de enfrentar, ao vivo, a batalha com os senadores e mesmo sabendo que poderá ser ferozmente atacada, Dilma fez questão de divulgar uma carta na qual diz ter recebido com “humildade” as críticas duras a seu governo.
Ela tinha como mola mestra de seu manifesto de quatro páginas, para tentar reverter o processo, a convocação de um plebiscito para consultar o eleitorado sobre uma eventual antecipação das eleições presidenciais de 2018.
Essa iniciativa fracassou, pois nem os senadores que se mostravam indecisos na votação do impeachment se convenceram da ideia, e nem mesmo a executiva do PT se empolgou com a opção do plebiscito.
Nesta altura dos acontecimentos, portanto, as chances de Dilma escapar da queda são praticamente nulas. Sua sorte poderia ser diferente, talvez, se seus aliados e ela própria não tivessem irritado tanto os senadores com a tese do golpe, propagado até para organismos internacionais.
A ida ao Senado demonstra que Dilma nunca pensou em renúncia e que não teme a adversidade, característica pessoal que gosta de cultivar desde que enfrentou os rigores do cárcere na época da ditadura. Vencida essa etapa, será hora de Michel Temer encarar os problemas antes que os aliados se dispersem de olho apenas nas eleições de 2018.
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