“Abusada, atrevida e sem medo de correr riscos”. Esse é o perfil feito pela reportagem de “Carolzinha”, de 19 anos, que morreu na madrugada da última quarta-feira, em Betim, num confronto com policiais militares.
A morte foi comemorada nas redes sociais, dando margem para que pessoas manifestassem seus pendores nazistas, atribuindo a existência da bandidinha aos valores humanistas que a sociedade brasileira vem acatando.
Para essas pessoas, Carolzinha fez por onde ao afrontar, tantas vezes, as autoridades. Ela era velha conhecida da polícia. Em 2013, uma reportagem de O TEMPO noticiou sua apreensão com 500 pedras de crack e um revólver.
Na ocasião, ela disse que roubava e traficava para arranjar dinheiro e comprar roupas para ficar bonita. Gostava de usar o Facebook, no qual várias fotos suas estão expostas. Desde os 9 anos de idade que vendia drogas.
Antes de atingir a maioridade, se aproveitava do fato de ser menor para ficar impune. Segundo a polícia, o tráfico a usava para afastar desafetos. Era suspeita de ter cometido vários assassinatos, inclusive de uma rival, a tiros.
Antes de morrer, teria atirado em dois policiais, ferindo-os. Acuada, tomou três disparos. A polícia, com certeza, fez um boletim de ocorrência em que registrou “resistência seguida de morte” para assegurar a legalidade do procedimento.
Essa é a lei para tirar de circulação as pessoas que, sobretudo nas periferias, causam problemas. Carolzinha fez pouco caso dela, mas estava marcada para morrer pela sua própria comunidade, agora aliviada.
Aliviada de Carolzinha, mas não de outros bandidinhos, que vão continuar a agir com a complacência da sociedade. Na concepção de nossa civilização, as pessoas escolhem e têm de espiar por suas más escolhas.
Por que Carolzinha escolheu ser o que foi? Por acaso, a sociedade, o Estado, a escola e a família não terão tido parte na sua rebeldia inconsciente e na sua corrupção como ser humano que nasceu para ser feliz?
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