Em viagem ao exterior, o presidente da República antecipou sua volta ao Brasil. Em Brasília, os congressistas pararam os trabalhos, deixando de votar projetos, como o que muda as regras do pré-sal. A comissão que trata da reforma política não foi instalada.
Tudo porque o juiz Sergio Moro determinou a prisão do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que já havia perdido o mandato por ato de seus próprios colegas. A República sofreu um forte abalo – um dos maiores dos últimos anos.
As repercussões dessa prisão são imprevisíveis. O acusado pode preferir ficar calado, como decidiram outros presos da operação Lava Jato, assumindo as consequências de seu silêncio, ou buscar os benefícios da delação premiada para aliviar a pena.
Os advogados de Cunha afirmam que essa última alternativa não está nas cogitações do acusado. Mas nunca se sabe, já que a prisão amolece qualquer casca dura, sobretudo se ele nunca se preparou, ideologicamente, para enfrentar essa eventualidade.
Esse o temor que percorre o país e, especialmente, Brasília, ameaçando a estabilidade do governo Temer, que logrou construir uma precária governabilidade com o que restou dos quadros políticos que não estavam diretamente comprometidos com o petismo.
A ameaça é real, já que Cunha talvez seja o personagem mais enigmático dos que já apareceram na política brasileira depois da redemocratização. Ele tem tudo a explicar à Justiça em termos de negócios obscuros envolvendo valores sem precedentes.
Até agora, as investigações da Lava Jato se concentraram nos políticos e empresários ligados ao PT. Cunha é o primeiro de fora a ilustrar o cinismo dos políticos que, insensíveis à situação da população, cuidaram de diligentemente expropriar o Estado.
Ele não está sozinho e consolida a convicção de que, na política brasileira, poucos são os santos e muitos os malfeitores.
Clique e participe do nosso canal no WhatsApp
Participe do canal de O TEMPO no WhatsApp e receba as notícias do dia direto no seu celular
O portal O Tempo, utiliza cookies para armazenar ou recolher informações no seu navegador. A informação normalmente não o identifica diretamente, mas pode dar-lhe uma experiência web mais personalizada. Uma vez que respeitamos o seu direito à privacidade, pode optar por não permitir alguns tipos de cookies. Para mais informações, revise nossa Política de Cookies.
Cookies operacionais/técnicos: São usados para tornar a navegação no site possível, são essenciais e possibilitam a oferta de funcionalidades básicas.
Eles ajudam a registrar como as pessoas usam o nosso site, para que possamos melhorá-lo no futuro. Por exemplo, eles nos dizem quais são as páginas mais populares e como as pessoas navegam pelo nosso site. Usamos cookies analíticos próprios e também do Google Analytics para coletar dados agregados sobre o uso do site.
Os cookies comportamentais e de marketing ajudam a entender seus interesses baseados em como você navega em nosso site. Esses cookies podem ser ativados tanto no nosso website quanto nas plataformas dos nossos parceiros de publicidade, como Facebook, Google e LinkedIn.
Olá leitor, o portal O Tempo utiliza cookies para otimizar e aprimorar sua navegação no site. Todos os cookies, exceto os estritamente necessários, necessitam de seu consentimento para serem executados. Para saber mais acesse a nossa Política de Privacidade.