Uma mulher foi esfaqueada, anteontem, porque falava alto ao celular no ônibus e incomodou outra passageira, que queria dormir. Eram 5h30 da manhã, e o veículo estava lotado. A vítima tinha 49 anos e trabalhava como empregada doméstica. A assassina fugiu.
O fato ilustra o mal-estar que está tomando conta de nossa sociedade, na qual as pessoas não respeitam o outro, e uma simples demonstração de falta de educação é respondida com violência. Isso apesar da campanha da prefeitura que recomenda o uso de gentileza.
Recentemente, um professor e médico também foi esfaqueado por outro passageiro num ônibus. O motivo do desentendimento poderia ser a superlotação do veículo, mas o serviço prestado já foi pior na cidade, e não se matava o outro como está se matando.
Na verdade, os tempos são outros. E ficam mais ásperos nas datas festivas, como o Natal e o Ano-Novo. A partir de dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, o cientista social Lucas Novaes, que trabalha na França, fez um estudo a respeito e o entregou a O TEMPO.
Segundo o trabalho, que compreendeu 15 anos, de 2000 a 2015, em todo o Brasil, a média de homicídios quase dobra no Natal e no réveillon. Em dias normais, o índice é de 150 casos. Mas, nos dois feriados de fim de ano, esse número passa para 270 mortes.
O fenômeno não é exclusivo dessas datas. No Nordeste, os homicídios também dobram nas comemorações do dia de São João em relação aos dias comuns. Estudos norte-americanos e europeus comprovam que as pessoas se matam mais durante o verão.
É quando os cidadãos mais se reúnem nos lares, bares e ruas. A bebida alcoólica provoca euforia e exasperação. Paradoxalmente, na ocasião em que o ser humano mais é chamado a confraternizar com seu semelhante, mais ele perde o equilíbrio e a humanidade.
Estamos condenados a viver em sociedade, mesmo que ameaçados pelo estado da natureza.
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