As baixas temperaturas dos últimos dias expõem a farsa das conquistas sociais dos miseráveis deste país alardeadas por Luiz Inácio Lula da Silva. Em diferentes pontos da cidade, desabrigados enrolam-se em cobertores doados em meio a papelão para barrar o vento gélido. Alguns têm barracas de camping e instalam-se nos vãos de casas comerciais ou em pilotis de prédios públicos, buscando mais proteção, antes que sejam enxotados. Faltam-lhes, certamente, comida e bebida quentes para debelar a fome e conferir-lhes calor interno, barrando dificuldades respiratórias ou enrijecimento muscular, causas comuns de morte decorrente do frio.
Imagens da televisão mostram gente com agasalho insuficiente a caminho do trabalho ou na volta dele. Seus calçados gastos e a falta de meias indicam desconforto nos pés. Alguns moram em bairros distantes e andam bastante depois que deixam a condução, sofrendo ainda mais. Sentem-se aliviados, entretanto, pelo endereço certo, apesar da precariedade da moradia e superlotação para dormir em catres espalhados pelo chão. Seus corpos exauridos exigem sono profundo para recomeçar outra jornada de trabalho às quatro horas da madrugada seguinte.
Os moradores de aglomerados vivem o desconforto do frio, na precária habitação, no banheiro externo e nas poucas cobertas para várias pessoas. A marmita é preparada numa varanda, onde o vento assobia, enquanto passa por caminhos incertos entre outros barracos. Sofrem ainda pela certeza de comida insossa, pelo medicamento inacessível e pelo risco de demissão a qualquer momento numa economia trôpega.
Dezenas de milhões de brasileiros estão nessa rotina e querem sobreviver, porque precisam criar os filhos, cuidar dos pais idosos e usufruir plenamente seu direito à vida. Sentem, entretanto, que seus ideais serão cada vez mais apenas sonhos impossíveis.
Enquanto isso, a corrupção corre solta em todos os segmentos do Estado, inviabilizando um sistema produtivo sólido para absorver todos os brasileiros ao trabalho e propiciar os recursos adequados para apoiar as crianças, os idosos e os enfermos. Sabíamos que muito dinheiro era desviado dos cofres públicos para enriquecer burocratas e autoridades, gerir currais eleitorais, financiar campanhas de partidos e aliciar empresários. Não imaginávamos, entretanto, que as cifras atingissem valores bilionários, que foram divulgados a partir das investigações da operação Lava Jato. Houve o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de corruptos e corruptores. A posse de Michel Temer trouxe um raio de esperança de que algo iria melhorar, mas os escândalos apareceram logo depois, demonstrando que a roubalheira foi mantida com a mesma desfaçatez. É lamentável que os autores de todos esses crimes não tenham sensibilidade para observar milhões de cidadãos tiritando de frio, sonhando com um prato de comida quente e tentando acalentar seus bebês.
Estamos saturados de discursos demagógicos e mentiras sem fim quanto a seus feitos pelo país.
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