O anúncio de quem irá compor a nova equipe econômica de Dilma Rousseff e a sinalização de que a presidente não irá cometer tantas ingerências como fez na gestão de Guido Mantega, em seu primeiro mandato, garantido mais autonomia e respeito ao “escolhido” Joaquim Levy, interrompe uma sequência de fatos negativos para o governo.
Desde a eleição de 26 de outubro, Dilma enfrenta críticas ferozes e passa por constrangimentos e perigosas turbulências, acentuadas pelo escabroso caso da Petrobras e por um custo de vida mais alto para a população.
É difícil distinguir o que há de pessimismo e realismo nisso tudo. Fato é que a nova equipe econômica pelo menos tranquiliza um pouco os mercados e os empresários, inibindo também, mesmo que momentaneamente, as críticas mais ácidas por parte da oposição.
Levy é um nome palatável aos tucanos, o que fica demonstrado nas primeiras manifestações feitas pelos caciques do PSDB de Minas Gerais e de São Paulo.
Dilma, então, começa a desenhar o seu segundo governo e a reagir, de maneira mais organizada e inteligente, aos ataques oposicionistas.
O ano novo será, inegavelmente, dificílimo para a presidente. Ela terá que segurar a oposição e, principalmente, a situação, que lhe colocará em incontáveis encruzilhadas.
As armadilhas estarão por todos os cantos, e muitas outras ainda serão instaladas, mas o que preocupa mesmo a presidente e o seu grupo mais próximo é o fato de ter que encarar, pela primeira vez desde que o PT assumiu o poder no Brasil, uma situação em que a cúpula governamental ou partidária não deterá o controle pleno da situação.
O ano que vem já é visto como uma bomba-relógio. Será nele que o PT terá que enfrentar a sua maior prova de fogo desde a sua criação. Porém, aquilo que é amargo muitas vezes é também o remédio.
Se passar por 2015 ilesa, resgatando a credibilidade econômica e política do país e de sua personalidade, Dilma estará forte o bastante para fazer um segundo mandato que garantirá longevidade ao seu partido.
A oposição, por sua vez, aposta numa embicada para baixo longo nos primeiros meses, o que lhe possibilitaria ações mais contundentes e mais sanguinolentas. Uma presidente recuada faz parte do sonho de 2018.
2015, portanto, será o ano-chave para o futuro de Dilma e do PT. Não poderão errar e ainda terão que consertar o avião no ar. A economia e o combate à corrupção serão, ao mesmo tempo, as duas linhas de defesa e de ataque. Indo bem nesses dois setores, Dilma poderá soprar as nuvens pesadas que a cercam e planejar um futuro menos negro.
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