O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta segunda-feira (15), ao ser questionado sobre o ataque com mísseis e drones feito pelo Irã contra Israel, no sábado (13), que o Brasil condena qualquer ato de violência.
“O Brasil condena sempre qualquer ato de violência e conclama sempre ao entendimento entre as partes”, afirmou o chanceler brasileiro durante a declaração à imprensa conjunta dele com a chanceler argentina, Diana Mondino, no início da tarde desta segunda-feira.
Vieira deu a resposta após ser questionado por um jornalista sobre a nota que o Itamaraty emitiu na noite de sábado.
"Ela [nota do Itamaraty] foi feita à noite, às 23h, quando todo o movimento começou. E nós manifestamos o temor de que o assunto, o início da operação, pudesse contaminar outros países. Isso foi feito à noite, num momento em que não tínhamos claros a extensão e o alcance das medidas tomadas; e sempre fizemos um apelo para contenção e entendimento entre as partes”, disse o chanceler, que em seguida encerrou a entrevista.
Na nota divulgada na noite de sábado, o Itamaraty disse que estava “monitorando a situação”. Também apelou para os dois países “máxima contenção” e convocou a comunidade internacional a “mobilizar esforços” para evitar a escalada do conflito.
O teor da nota foi criticado por representantes da comunidade judaica no Brasil e pela Embaixada de Israel em Brasília, além de integrantes da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, por não haver uma condenação ao Irã.
O Irã lançou mais de 300 drones, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro contra os israelenses no sábado. O sistema antiaéreo de Tel-Aviv conseguiu interceptar 99% dos objetos explosivos com o Domo de Ferro. O ataque foi uma resposta armada a um bombardeio de Israel contra um consulado do Irã, na Síria, em 1º de abril. Desde então, Teerã prometia uma ofensiva armada contra Israel.
Itamaraty faz orientações a cidadãos brasileiros
Em outro comunicado divulgado pelo Itamaraty na noite de sábado, o governo federal orienta que brasileiros evitem viajar e se deslocarem para os seguintes países: Israel, Líbano, Síria, Jordânia, Iraque e Irã.
As embaixadas do Brasil na região estavam em alerta desde sexta-feira (12). Em Israel, por exemplo, o governo orientou que aqueles que julgassem ser essencial a permanência em Israel, que evitassem deslocamentos até as áreas de fronteira”, orientou. Já no Irã, a embaixada está auxiliando membros da comunidade brasileira para uma saída do país.
A embaixada do Brasil em Beirute recomendou que os cidadãos brasileiros que moram no Líbano evitem permanecer no sul do país — região que faz divisa com o norte de Israel — e nas áreas de fronteira.