POLARIZAÇÃO

Oposição critica governo Lula por não condenar ataques do Irã a Israel

Deputados, senadores e políticos da oposição usaram as redes sociais para criticar Lula e a nota do Itamaraty

Por Manuel Marçal
Publicado em 14 de abril de 2024 | 11:57
 
 
 
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A nota do governo brasileiro sobre o ataque do Irã a Israel no sábado (13) gerou uma onda de críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por parte de parlamentares brasileiros da direita. Deputados e senadores usaram as redes sociais para cobrar que o Brasil deveria “condenar” a ofensiva iraniana. 

O comunicado do Ministério de Relações Exteriores (MRE) informou que o governo brasileiro acompanha “com grave preocupação” o ataque. Em nota, o Palácio do Itamaraty apelou para os dois países “máxima contenção” e convocou a comunidade internacional a “mobilizar esforços” para evitar a escalada do conflito.

Para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) o comunicado do Itamaraty não condenou o Irã pela ofensiva armada. “E no fundo do poço tinha um alçapão!”, escreveu no X (antigo Twitter) ao compartilhar a postagem do governo brasileiro.

A nota oficial do Ministério de Relações Exteriores só foi divulgada às 23h09 do sábado. No X do Itamaraty, o comunicado foi compartilhado minutos depois, às 23h17.

Irã lançou mais de 300 drones, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro contra os israelenses no sábado. O sistema antiaéreo de Tel-Aviv conseguiu interceptar 99% dos objetos explosivos com o Domo de Ferro. O ataque foi uma resposta armada a um bombardeio de Israel contra um consulado do Irã, na Síria, em 1º de abril. Desde então, Teerã prometia uma ofensiva armada contra Israel. 

Outros parlamentares bolsonaristas que teceram críticas ao governo petista, e que estranharam a suposta demora do Itamaraty em se posicionar, foram os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carla Zambelli (PL-SP). 

Nesse sentido, o político mineiro pediu uma condenação ao ataque. “Esperando que o governo brasileiro condene os ataques iranianos a Israel. Infelizmente não é algo fácil pra eles, pois não apoiaram a investigação da ONU contra o Irã por violação dos direitos das mulheres”, escreveu o parlamentar no X às 21h07 tanto em português, quanto em inglês. 

 

Zambelli disse que “estava no aguardo” da nota oficial do governo brasileiro. “No aguardo de uma posição do @ItamaratyGovBr que seja condizente com o merecido repúdio dessa ação iraniana contra Israel. Mais uma vez, Lula silencia diante de atos de seus aliados”.

A crítica de políticos e parlamentares bolsonaristas a Lula remonta ainda ao ano passado, quando o grupo extremista armado Hamas invadiu o território de Israel matando cerca de 1400 pessoas e mantendo cerca de 200 reféns. 

À época, o petista e o governo federal foram criticados por não chamar o Hamas de “grupo terrorista”O Palácio do Planalto explicou que seguia a cartilha da ONU, que lista as organizações e lembrou que o Hamas não é chamado de terrorista pelas Nações Unidas, mas apenas por alguns países, entre eles Estados Unidos. 

Com a escalada do conflito na região do Oriente Médio, Lula criticou a resposta armada de Israel na Faixa de Gaza, o que agravou o clima político no Brasil e gerou uma crise na diplomacia brasileira com Tel-Aviv. 

O ex-presidente da Fundação Cultural Palmares e ex-candidato a deputado federal pelo Partido Liberal (PL), Sérgio Camargo, fez menção a isso nas redes sociais. “Lula aguarda a retaliação de Israel para poder vitimizar o Irã como nação covardemente atacada pelos Judeus. Não duvidem”, ironizou. 

O deputado federal Dr. Frederico (PRD-MG) prestou solidariedade ao povo israelense. “Que os hipócritas não venham rotular as reações como iniciativas isoladas e sem motivações justas. Israel há de resistir novamente”, escreveu pelo X. 

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