Fraude

Jair Renan é suspeito de usar documento com faturamento milionário falso

Filho 04 de Bolsonaro é investigado por supostamente usar um documento com informações falsas de sua empresa para obter empréstimo bancário que não foi pago

Por O Tempo Brasília
Publicado em 28 de setembro de 2023 | 14:06
 
 
 
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Jair Renan Bolsonaro, o filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é investigado por supostamente usar um documento com informações falsas de sua empresa para obter um empréstimo bancário que não foi pago. As suspeitas recaem sobre uma declaração de um faturamento de R$ 4,6 milhões da Bolsonaro JR Eventos e Mídia, entre julho de 2021 e julho de 2022.

A investigação é da Polícia Civil do Distrito Federal. Segundo reportagem publicada no site do jornal O Globo nesta quinta-feira (28), além de Jair Renan, está na mira da polícia brasiliense o instrutor de tiro Maciel Carvalho, amigo íntimo e ex-sócio do 04.

O documento da empresa, que tem uma suposta assinatura de Jair Renan, foi apreendido na casa do ex-assessor do filho do ex-presidente durante uma operação deflagrada há um mês pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária. 

Jair Renan e outras três pessoas são acusadas de formar uma associação criminosa para obter vantagens financeiras a partir da inserção de informações falsas em documentos que eram usados para fins diversos, como abrir contas, conseguir empréstimos e sonegar impostos.

A declaração de faturamento da Bolsonaro JR Eventos e Mídia, segundo a investigação, foi apresentada como forma de conseguir a liberação de um empréstimo bancário, que não foi quitado até hoje.

A Bolsonaro JR Eventos e Mídia, aberta em 2020, tinha como principal ramo de atuação fornecer “serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas”. Ela chegou a ocupar um camarote no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, o mais caro da Copa de 2014. Atualmente, a firma consta como encerrada no cadastro da Receita Federal. 

Em março, Jair Renan transferiu a sua empresa para Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos, empresário do ramo de tiro esportivo. No mesmo mês, o filho de Bolsonaro foi nomeado como assessor parlamentar do senador Jorge Seif (PL-SC) e, segundo sua defesa, ele não poderia ter empresa em seu nome para poder assumir a função. Jair Renan é lotado em um escritório de Seif em Balneário Camboriú. Recebe R$ 9,6 mil mensais como assessor, fora benefícios.

Transferência serviria para evitar o pagamento de impostos

Uma das suspeitas da polícia brasiliense é que a transferência foi feita nesse formato para evitar o pagamento de impostos, pois doações não são tributadas, diferentemente de transações de compra e venda.

A corporação pediu à 5ª Vara Criminal de Brasília a quebra de sigilo fiscal e bancário da empresa para descobrir se a firma realmente teve os ganhos declarados ou se as informações foram infladas, ainda conforme reportagem do Globo.

Uma das linhas de defesa dos investigados será argumentar que o documento apreendido era, na verdade, apenas uma declaração com a “estimativa de faturamento” da empresa, elaborada para fins lícitos, e que a projeção de ganhos não se concretizou, segundo o jornal carioca.

O advogado Admar Gonzaga, que representa Jair Renan, informou ao Globo que não vai se manifestar sobre as investigações porque ainda não teve acesso à íntegra do processo. A defesa de Maciel Carvalho não foi localizada. 

Pedrinho Villard, advogado de Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos, afirmou que seu cliente “desconhecia o empréstimo, porque a transferência da empresa não foi algo planejado e, sim, de supetão, para que Jair Renan assumisse o cargo de assessor em Balneário Camboriú”.

 

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