O banco Santander cobra na Justiça R$ 360,2 mil de Jair Renan Bolsonaro, o caçula dos quatro filhos homens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e a sua empresa, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia. A informação foi publicada nesta quinta-feira (14) pelo O Globo.
Segundo o jornal, a instituição financeira acusa Jair Renan de não cumprir um acordo firmado em junho deste ano, quando o filho 04 de Bolsonaro reconheceu a dívida de um empréstimo contratado anos atrás.
O acordo firmado previa o parcelamento de uma dívida de R$ 291 mil, com promessa de pagamento em 60 meses, até 2028. Jair Renan, porém, não depositou nenhuma parcela. Com isso, o valor subiu para R$ 360 mil.
O Santander pede à Justiça do Distrito Federal a citação de Jair Renan e o pagamento da pendência em até três dias. Caso nada aconteça, há pedido para o bloqueio das contas do filho do ex-presidente.
Jair Renan não havia se pronunciado até a mais recente atualização desta reportagem.
Em setembro, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou uma operação contra Jair Renan Bolsonaro e o instrutor de tiro Maciel Carvalho. Eles são acusados de usar documento com informações falsas da Bolsonaro Jr Eventos e Mídia para obter um empréstimo bancário que não foi pago.
As suspeitas recaem sobre uma declaração de um faturamento de R$ 4,6 milhões da empresa, entre julho de 2021 e julho de 2022, à época em nome do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. O documento da empresa, que tem uma suposta assinatura de Jair Renan, foi apreendido na casa do ex-assessor do filho do ex-presidente durante a operação da Polícia Civil. A assinatura de Jair Renan foi submetida a uma perícia para verificação de autenticidade.
Aberta em 2020, a Bolsonaro JR Eventos e Mídia tinha como principal ramo de atuação fornecer “serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas”. Em março de 2023, Jair Renan transferiu a sua empresa para Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos, empresário do ramo de tiro esportivo. No mesmo mês, o filho de Bolsonaro foi nomeado como assessor parlamentar do senador Jorge Seif (PL-SC), secretário de Pesca do governo de Jair Bolsonaro.
O filho do ex-presidente é lotado em Balneário Camboriú (SC), para onde se mudou, após deixar Brasília com a derrota do pai na corrida à reeleição. Jair Renan pretende concorrer a uma cadeira na câmara da cidade catarinense, durante a eleição municipal de 2024.
Uma das suspeitas da polícia brasiliense é que a transferência da empresa foi feita em tal formato para evitar o pagamento de impostos, pois doações não são tributadas, diferentemente de transações de compra e venda.
Pedrinho Villard, advogado de Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos, afirmou que seu cliente “desconhecia o empréstimo, porque a transferência da empresa não foi algo planejado e, sim, de supetão, para que Jair Renan assumisse o cargo de assessor em Balneário Camboriú”.