O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) confirmou nesta segunda-feira (17) a viabilidade técnica para a mistura de 30% de etanol anidro na gasolina vendida no Brasil. O protocolo de testes havia sido aprovado no fim de 2024 pelo grupo de acompanhamento coordenado pelo Ministério de Minas e Energia.

A técnica Luana Camargo apresentou os pontos gerais do estudo. Foram avaliados fatores como dirigibilidade, desempenho e emissões, com ensaios em 16 veículos e 13 motocicletas.

Na análise, não foram observados diferenças no comportamento dos veículos "que sejam justificadas pela alteração de combustível e/ou afetará a percepção de dirigibilidade do motorista", disse a representante do Instituto.

Por outro lado, várias motocicletas apresentaram dificuldades na partida a frio, que é o processo de ligar um veículo em condições de baixa temperatura ambiente, quando o motor está frio.

"Entende-se que as diferenças encontradas nos testes realizados não são empecilhos para a adoção do E30", apontou o Instituto Mauá.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a adoção do E30 (mistura de 30% de etanol anidro à gasolina) poderá reduzir o preço do combustível na bomba e tornar o Brasil independente da importação de gasolina.

O anúncio foi feito durante a apresentação dos resultados dos testes conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), que comprovaram a viabilidade técnica do novo combustível.

Com a ampliação da mistura de etanol, a estimativa é de uma redução de até R$ 0,13 por litro da gasolina, impacto que também irá contribuir para o controle da inflação. 

“Estamos dando mais um passo para transformar a lei do Combustível do Futuro em combustível do presente. O E30 não apenas reduz o custo para o consumidor, mas fortalece a economia e a segurança energética do Brasil”, afirmou Silveira.

A transição do E27 para o E30 evitará a importação de 760 milhões de litros de gasolina por ano, impulsionando a produção nacional de biocombustíveis. Segundo o ministro, isso representará um aumento de 1,5 bilhão de litros na demanda por etanol e um investimento estimado em R$ 9 bilhões no setor.

“O E30 é seguro para nossa frota de duas e quatro rodas. Com ele, o Brasil deixará de ser refém do mercado internacional e da volatilidade dos preços externos. O preço da gasolina será determinado pela competitividade interna, e não pelo preço de paridade de importação”, destacou.

A nova legislação permite ampliar o limite de etanol na gasolina para até 35%, desde que comprovada a viabilidade técnica, reforçando o compromisso do país com a segurança energética e a sustentabilidade.

A adoção da nova mistura poderá reduzir em 1,7 milhão de toneladas a emissão de gases de efeito estufa por ano, o equivalente à retirada de 720 mil veículos das ruas anualmente.

Os testes do IMT foram acompanhados por entidades do setor automotivo, como Anfavea, Sindipeças, Abraciclo e Abeifa. Com a comprovação da viabilidade técnica, a proposta de ampliação da mistura para 30% deverá ser encaminhada ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ainda neste ano.