A família Agnelli está em negociações para vender sua participação na fabricante de caminhões Iveco à indiana Tata Motors, segundo fontes ouvidas pela agência Reuters. A operação, no entanto, não incluiria a unidade militar da montadora.
A holding Exor, da família Agnelli, detém 27,1% das ações e 43,1% dos direitos de voto na Iveco. Desde a semana passada, as ações da montadora italiana subiram 25% na bolsa de Milão, na Itália, após a notícia do interesse da Tata Motors, refletindo certo otimismo do mercado.
O setor de defesa da Iveco (IDV) já recebeu propostas concretas, incluindo uma oferta conjunta de € 1,9 bilhão (R$ 12,3 bilhões) da italiana Leonardo e da alemã Rheinmetall. Outros interessados são o consórcio franco-alemão KNDS e o grupo tcheco Czechoslovak Group.
Governo italiano em alerta
Nesta quarta-feira (23), segundo a agência Reuters, o ministro da Indústria da Itália, Adolfo Urso, confirmou que o governo monitora as negociações da possível venda de parte da Iveco.
A transação está sujeita à chamada lei do "poder de ouro", em vigor na Itália, que permite a Roma vetar operações em setores estratégicos. Atualmente, a Iveco emprega cerca de 36 mil pessoas no mundo, sendo 14 mil delas na Itália.
Em 2021, por exemplo, o governo italiano vetou uma tentativa de compra da Iveco pela chinesa FAW. Na época, a fabricante italiana ainda fazia parte da CNH Industrial, antes de ser desmembrada e listada separadamente na bolsa, no início de 2022.