A ideia de usar painéis solares em carros parecia perfeita: obter energia gratuita do sol para aumentar a autonomia. Montadoras como Toyota, Hyundai e Fisker já testaram a tecnologia, mas os resultados foram modestos e o custo muito alto.

O novo Toyota Prius, na versão híbrido plug-in e o extinto Fisker Ocean fizeram parte da tentativa das marcas da adoção das placas fotovoltaicas nos carros elétricos.

Toyota Prius híbrido plug-in também teve teto com energia solar - Foto: Toyota/Divulgação


Em regiões muito ensolaradas, a tecnologia chegava a gerar até 2.400 km de autonomia extra por ano. Em 2020, o Hyundai Sonata Hybrid, lançado nos EUA, também oferecia um teto fotovoltaico como opcional.

O equipamento produzia cerca de 6 km extras de autonomia por dia. Um avanço, sim, mas ainda longe de revolucionar a indústria.

Por que a tecnologia não decolou?

Custo elevado foi a principal barreira encontrado pelas montadoras. Cooper Ericksen, diretor da Toyota, foi direto. "A tecnologia solar não é barata".

Além disso, o custo-benefício do teto com energia solar dependia muito de o carro ficar exposto ao sol por horas, algo incomum para donos de veículos elétricos, que costumam estacionar em garagens e deixar seu carro recarregando.

Hyundai recuou, Fisker faliu

A Hyundai descontinuou o recurso nos EUA, apesar de usá-lo no seu moderno elétrico Hyundai Ioniq 5 até o ano de 2021.

Já a extinta Fisker, que investiu pesado no teto "SolarSky", encerrou suas atividades em 2024. O sistema era exclusivo do modelo mais caro da marca o Fisker Ocean (vendido a US$ 68 mil), limitando seu alcance.

E o futuro?

Apesar de não ter vingado na primeira tentativa, os grandes fabricantes e fornecedores de tetos solares para as montadoras seguem acreditando no uso das placas fotovoltaicas em veículos elétricos.

A Toyota desenvolve agora integrar células solares também na pintura do carro, não não só no teto, para aumentar a captação de energia.

Jan Henning Mehlfeldt, diretor da empresa Webasto, também vê potencial na tecnologia e destacou, recentemente, que a eficiência das placas solares em carros saltou de 23% para 27%, Europa e China puxam a demanda.