Quase 10 anos após o escândalo dos "airbags mortais" da fabricante japonesa Takata, a indústria automotiva revive o pesadelo de uma falha similar no dispositivo de segurança, desta vez, fabricados pelas empresas ARC e Delphi.
Grandes montadoras incluindo General Motors, Toyota e Volkswagen, se uniram para contestar a proposta da agência de segurança viária dos Estados Unidos (NHTSA) de exigir um recall massivo de 52 milhões de veículos no país.
Risco é similar aos "airbags mortais" da Takata
Em outubro deste ano, a NHTSA alegou que os veículos equipados com infladores de airbags produzidos pelas empresas ARC e Delphi deveriam ser recolhidos devido à possibilidade de ruptura desses dispositivos.
Na ocasião, a agência, a qual é autoridade máxima em segurança viária dos EUA, alertou que a falha poderia resultar na liberação de fragmentos de metal dentro da cabine, representando riscos graves, inclusive fatais, para os ocupantes do veículo.
Fabricantes querem impedir recall
Após uma investigação de oito anos, a NHTSA concluiu que o defeito nos airbags está associado a pelo menos uma morte nos Estados Unidos, além de sete feridos.
No entanto, as montadoras e fabricantes de equipamentos contestam essas conclusões, alegando que os riscos são extremamente pequenos. A ARC, por exemplo, citou a taxa de falha estimada pela NHTSA, afirmando que haveria menos de uma nova possibilidade de ruptura dos infladores nos próximos 33 anos.
Seria o segundo maior recall da história automotiva, perdendo apenas para o chamado dos "airbags mortais" da Takata, que envolveu mais de 100 milhões de veículos em todo o mundo, incluindo o Brasil.
Abrangência do problema e montadoras afetadas
Conforme a investigação da NHTSA, os infladores de airbags em questão foram utilizados em veículos produzidos entre 2000 e 2018 por 12 montadoras, cuja lista não foi inteiramente divulgada.
Além das marcas já mencionadas, Ford, Mercedes-Benz, BMW, Hyundai, Kia e Porsche também se manifestaram contra a posição da NHTSA em exigir a realização do recall de 52 milhões de airbags. Sem um acordo, o caso pode parar nos tribunais.
Até então, nenhuma montadora assumiu publicamente a falha denunciada pela NHTSA, ou anunciou qualquer chamado referente às bolsas infláveis da ARC e Delphi supostamente defeituosos. Assim como o caso da Takata, ainda é cedo para descartar que nova falha de airbags não atinge outros mercados fora dos EUA.