Legislação

Nova gasolina com 35% de etanol pode causar problemas em alguns carros

Especialistas alertam para possíveis impactos nos motores e emissões veiculares com a mudança nos percentuais de etanol na gasolina vendida no Brasil

Por Autotempo
Publicado em 19 de março de 2024 | 06:00
 
 
 
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Na última quarta-feira (13), o Projeto de Lei 4516/2023, de autoria do deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora segue para análise no Senado Federal.

A proposta, que tem gerado debates intensos, propõe alterações significativas nos teores de etanol na gasolina e biodiesel no diesel até o ano de 2030.

Impactos nos motores

A aprovação do projeto levantou preocupações quanto aos possíveis efeitos nos motores e nas emissões dos veículos. Especialistas alertam que, embora os carros flex estejam projetados para qualquer mistura de gasolina e etanol, os veículos movidos exclusivamente a gasolina, especialmente os mais antigos ou importados, podem enfrentar desafios. 

Rogério Gonçalves, diretor de combustíveis da Associação Brasileira Engenharia Automotiva (AEA), destaca que o aumento do teor de etanol na gasolina pode resultar em um aumento no consumo desses veículos. Além disso, motores mais sensíveis às mudanças podem necessitar de novas calibrações e ajustes para garantir o funcionamento adequado.

Gasolina premium seria alternativa

Gonçalves também ressalta a importância de considerar não apenas as emissões de CO₂, mas também as emissões locais, como monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos. Nesse contexto, a utilização de gasolina premium, com maior octanagem e menor teor de etanol, pode ser uma alternativa viável para os veículos mais sensíveis às mudanças.

Novos percentuais de etanol e biodiesel

Atualmente, a gasolina comum conta com um percentual de etanol anidro de 27,5%, sendo que o mínimo exigido é de 18%. Com o PL aprovado, os valores previstos mudam, estabelecendo um mínimo de 22% e um teto de 35% para a adição de etanol na gasolina.

Já no óleo diesel, o biodiesel adicionado é de 14%, podendo aumentar até o limite de 20% até março de 2030.

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