Entrevista do mês

Para diretor da Jorlan, mercado automobilístico está retomando seu eixo

Em entrevista ao Super Motor, Antônio Gamaliel Alves de Souza, diretor do Grupo Jorlan, falou sobre as expectativas e os investimentos da empresa


Publicado em 02 de agosto de 2019 | 03:00
 
 
 
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Casado, três filhos e dois netos, americano, segundo ele resignado, Antônio Gamaliel Alves de Souza, ou simplesmente, Toninho, é um dos executivos mais experientes e atuantes do mercado de automóveis em Belo Horizonte.

Aos 68 anos, segue firme e forte, mantendo o mesmo ritmo de dedicação ao trabalho de quando começou sua carreira profissional, que remonta à década de 70. O início se deu como estoquista, no ramo de tratores agrícolas, e neste segmento permaneceu por mais de uma década. 

Formado em direito pela Puc Minas, também é pós-graduado em marketing, com curso de aperfeiçoamento pela Face-MG. Natural de Contendas, distrito de Piedade dos Gerais, Toninho gosta, sempre, de destacar que é um ex-aluno das Escolas Caio Martins, hoje Fundação Caio Martins, um reconhecimento definitivo para sua formação. Gamaliel, diretor do forte grupo empresarial Jorlan, é o entrevistado do mês do Super Motor.

Como, quando e por que iniciou sua vitoriosa trajetória no Grupo Jorlan? 

Minha história com a Jorlan começa em 2001, quando a tradicional Motorauto, então uma concessionária Chevrolet, foi adquirida pelo grupo. Na época, atuava como diretor da revenda e por um tempo trabalhei com os novos donos na transição dos negócios, o tempo foi passando e já estou há dezoito anos na empresa.

Qual a origem do Grupo Jorlan, o número de colaboradores e em quais Estados do Brasil atua, quantas são as concessionárias que formam o grupo. É uma empresa familiar?

O grupo nasceu pelas mãos do senhor Orlando Carlos da Silva, que fundou a primeira empresa em 1946, na cidade de Buriti Alegre, em Goiás. Em 1961, transferiu-se para Goiana e foi nomeado concessionário Chevrolet, pela General Motors do Brasil. Doze anos depois chegou à capital federal, Brasília, depois veio para Minas, primeiro como distribuidor de peças, até que, em 1999, inaugurou a Jorlan, em frente ao BH Shopping. Hoje, o Grupo possui concessionárias Chevrolet, Ford, Renault, Honda e Harley Davidson, e conta com um efetivo de mais de 1.800 colaboradores. Os ensinamentos do fundador, senhor Orlando, permanecem vivos nos filhos, que são os comandantes do grupo. Orlando Júnior, o Landinho é o presidente, e os irmãos, Toninho Machado e Luís Fernando são os diretores.

O processo de compra de carros zero-quilômetro vem mudando de uns tempos para cá, com a era digital, como o Grupo Jorlan está acompanhando esta evolução?

O mercado digitalizou-se, mas isso acontece com todos os segmentos. Entretanto, é importante observar que estamos falando de clientes absolutamente plugados nos meios digitais, mas com um pé fisicamente no nosso showroom. Somos facilmente alcançados nas mídias digitais, mas não podemos perder de vista que a fidelização se dá, mais do que nunca, pela nossa interação pessoal. Divulgamos na web, vendemos no showroom e cativamos no indispensável aperto de mão, olho no olho, atitudes antigas, mas nunca velhas. Enfim, nossa busca é acima de tudo, aproveitar o mar de vantagens dos meios digitais, nos tornar acessíveis aos clientes dos quais gostamos de cuidar pessoalmente.

Tanto a Chevrolet, como a Renault e também a Ford - está última em ritmo mais lento -  estão renovando sua linha de produtos, com o Novo Onix, Sandero, Stepaway e o SUV Territory. Na sua opinião, já é possível sentir o impacto desta mudança do portfólio?

A indústria está cada vez mais rápida na revitalização dos seus produtos. Hoje, já não nos assustamos com uma montadora substituindo campeões de vendas no auge do ciclo virtuoso do produto. Se antigamente isto provocava algum desconforto nos proprietários, hoje, tais ousadias denotam força da marca, seu espírito inovador. A tecnologia muda rápido e, assim, mudarão nossos carros.

O que fazer para fidelizar o cliente hoje em dia?

Existe um monumental esforço neste sentido, partindo dos próprios fabricantes, que aferem a satisfação dos nossos clientes, praticamente em tempo real, e o Grupo Jorlan investe maciçamente na retenção de seus clientes. Queremos ser mais lembrados pela satisfação dos nossos clientes, pois eles já estão na nossa casa, são os nossos parceiros. A fidelização só se dá com clientes satisfeitos. Tentamos construir um ambiente interno que respire qualidade no atendimento, ética na condução dos negócios e paixão pelo cliente. Conseguimos sempre? Não. Mas buscaremos todos os dias.

Qual a estrutura que o Grupo Jorlan mantém em Minas Gerais? Quantos empregos diretos e indiretos são gerados pelo grupo?

Hoje, temos em Belo Horizonte três lojas Chevrolet (Belvedere, Pedro II e Via Expressa). Duas unidades Ford (Pampulha e Barão), duas unidades Renault (Savassi e Pampulha), um Centro de Reparação (funilaria e pintura), um centro de distribuição de peças e outro de distribuição de veículos, com um efetivo de aproximadamente 700 colaboradores.

Qual sua expectativa sobre o mercado automotivo para o segundo semestre?

Creio que o mercado automobilístico, a reboque do ambiente macroeconômico, está procurando seu tamanho. Mas indubitavelmente está crescendo, retomando seu eixo. O pior já passou, estamos navegando em águas rasas, mas não mais revoltas. Acreditamos num crescimento de até dois dígitos até o fim deste ano. Esperava uma retomada mais rápida e mais vigorosa do mercado. Entretanto, creio que já temos horizonte azul no radar. 

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