Desde sua chegada ao mercado brasileiro a Ford Maverick se destaca pela proposta diferenciada diante de seus pares, leia-se Fiat Toro, Chevrolet Montana e Renault Oroch. Não só por suas dimensões, altura mais baixa em relação ao solo, mas também pelo belo desenho de suas linhas, que conferem harmonia e equilíbrio ao utilitário norte-americano. O modelo tem como premissa ser uma alternativa aos consumidores de carros e SUVs, combinando dirigibilidade que remete a um automóvel, conforto e conectividade, com muita versatilidade, mas sem se esquecer da capacidade de carga e robustez que fazem parte do DNA das chamadas picapes “Raça Forte”, slogan utilizado pela montadora do oval azul, responsável por sua fabricação e importação.
Uso urbano em foco
A picape traz muita tecnologia embarcada em diversas soluções oferecidas, tanto no interior como na caçamba. O foco da montadora é atender pessoas que nunca pensaram em ter uma picape e compartilham de um estilo de vida mais urbano, e por isso não precisam de tração 4x4, mas não dispensam a conectividade. Seu design é inspirado na irmã americana F-150 e é oferecida no Brasil em duas versões, a Lariat FX4, somente com motor a combustão movido a gasolina e a que AUTOTEMPO avaliou, com conjunto híbrido composto por motor de 2.5 litros, de quatro cilindros auxiliado por um propulsor elétrico. Juntos desenvolvem potência combinada de 194 cv e torque de 21,4 kgf.m. Tudo isso casado a um câmbio automático, do tipo e-CVT, e a tração é dianteira. Como é um sistema híbrido que carrega através da regeneração, não tem necessidade de tomadas externas para a recarga da bateria de 1,1 kWh que fica posicionada sob o assoalho.
Por dentro da picape híbrida
O conforto também merece registro, os bancos forrados em couro, com oito ajustes elétricos para que o motorista encontre a melhor posição. No banco do passageiro são seis os ajustes, mas manuais. Os assentos dianteiros são separados por um apoio de braço central que na verdade é mais um porta-treco. Ainda no console central estão alojados os botões de controle do freio de estacionamento elétrico, o seletor dos modos de condução, controle de tração, start-stop, Auto Hold e controle automático em descida. Na parte traseira, um descansa braço na parte central, porta objetos que comportam garrafas de até 1 litro e mais dias de 600 ml, também duas portas USB A e C. Um diferencial que traz a Maverick em questão espaço está em um compartimento de 73 litros de capacidade volumétrica embaixo do banco traseiro. Outro equipamento inédito é o receptor de engate de trailer com preparação elétrica e com um modo de direção denominado “reboque” para ser seu usado nesta condição.
Conveniência torna direção mais prazerosa
Interior imponente e bem acabado, com o emprego de bons materiais, ainda que pese o uso de plástico rígido em algumas partes. O painel de instrumentos conta com uma tela digital de 6,5 polegadas, a direção elétrica contribui para a boa dirigibilidade da picape e o volante é multifuncional. Ao centro outra tela, esta de oito polegadas que traz o sistema SYNC compatível com os aplicativos Apple Carplay e Android Auto. Um detalhe interessante é que na tampa do vidro que separa o habitáculo a caçamba, existe uma pequena janela que tem acionamento elétrico com acesso no console. Também o conhecido sistema Ford Pass, que com sua conectividade permite ao usuário utilizar, remotamente, de muitas funções, como ligar a picape e o ar refrigerado, entre outros.
Comparação com sua concorrete direta
Um dos destaques da Maverick é a menor distância livre do solo, o que facilita embarque e desembarque e a deixa mais próxima de um modelo com características de um esportivo utilitário. O espaço para os passageiros que viajam no banco de trás impressiona e mesmo com os assentos dianteiros afastados o conforto para as penas fica garantido. A altura do teto também ajusta no quesito conforto. Mesmo que a Ford afirme que sua Maverick situa em um segmento diferenciado e não pretende rivalizar com a Fiat Toro e Montana é inevitável a comparação.
Dimensões do utilitário norte-americano
A picape americana possui 5,07 metros de comprimento, 1,74 de altura, 1,84 de largura e 3,07 de distância entre-eixos. O utilitário italiano é pouca coisa menor, a altura e largura são praticante iguais, mas ela é menor no comprimento, 4,94 m e na distância entre-eixos, que é de 2,99 m. Em relação à caçamba a da Fiat comporta 937 litros, enquanto a Maverick leva ligeira vantagem com seus 943 litros. O desempenho, mesmo com menos potência que a versão movida somente a gasolina é satisfatório, como é a economia seu maior apelo, a Ford divulga que a picape registra médias de 15,7 km/l (cidade), 13,6 km/l (estrada) e 14,6 km/l (combinado). Com um tanque de 57 litros, a autonomia passa dos 800 quilômetros. Utilizando mais em perímetro urbano chegamos a atingir quase 20 km/l.
Indicador que auxilia a condução economica
Para ajudar o condutor a dirigir de modo mais econômico e com mais eficiência a picape traz um indicador no painel, que mostra quando o carro está rodando no modo 100% elétrico ou quando o propulsor a gasolina entra em ação para impulsionar a picape. Mas como em todas as situações, não apenas com modelos híbridos, não se deve apertar forte o pé direito no acelerador. Vale ressaltar que no modo esportivo de condução a Maverick mostra vigor e maior disposição de acelerar de zero a 100 km/h em 8,7 segundos. Dos pontos negativos, a falta de aletas atrás da coluna .de direção que permitiria a troca manual das marchas e a ausência de sensores de estacionamento foram os mais sentidos, ainda mais que se trata de um modelo com mais de 5 metros de um para choque ao outro.