Um recente estudo realizado pela American Automotive Association (AAA) em parceria com a Universidade da Carolina do Norte, dos Estados Unidos, revela que os atuais sistemas de segurança embarcados em veículos têm potencial de salvar cerca de 8.300 vidas por ano.
Usando um amplo conjunto de dados de acidentes ocorridos entre 2017 e 2019, os pesquisadores analisaram o desempenho de recursos do chamado pacote ADAS, já disponível em alguns dos modelos à venda no Brasil.
Foram analisados dados sobre tecnologias como frenagem automática de emergência, piloto automático adaptativo (ACC), além de sensor de ponto cego e assistente de permanência em faixa. Os resultados da pesquisa apontam que esses sistemas poderão evitar 27 milhões de acidentes, além prevenir 14 milhões de lesões e salvar cerca de 250 mil vidas até o ano de 2050.
Desafios e avanços
Embora o estudo revele um cenário promissor, a adoção dessas tecnologias ainda enfrenta desafios significativos. Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, os recursos de automação de segurança estão gradualmente se tornando mais comuns.
Atualmente, 17% dos carros nos EUA possuem controle de cruzeiro adaptativo, enquanto 13% estão equipados com faróis de ajuste automático para evitar ofuscamento de outros motoristas. Além disso, metade da frota norte-americana possui câmera e sensor de estacionamento traseiro.
Custo ainda elevado no Brasil
Apesar dos avanços, um dos principais obstáculos à adoção dessas tecnologias é o custo. O estudo destaca que a tecnologia de condução autônoma, a partir do nível 2, está disponível apenas em veículos com preços acima de R$ 120 mil no Brasil. Isso inclui recursos como controle de cruzeiro adaptativo (ACC) e frenagem automática de emergência.
Um aspecto importante que emerge da pesquisa é a necessidade de conscientização e compreensão por parte dos motoristas em relação aos recursos de automação de segurança.
“Os benefícios de segurança completos do ADAS não serão realizados a menos que sejam totalmente compreendidos pelo consumidor, além de usados de forma adequada e amplamente adotados”, avalia David Yang, presidente e diretor-executivo da AAA.