No primeiro trimestre de 2023, o gasto médio com gasolina correspondeu a 5,9% da renda familiar dos brasileiros, conforme a edição de junho do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, pesquisa feita em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Esses dados indicam que a relação entre a renda domiciliar e o custo médio de abastecimento de um tanque de gasolina de 55 litros foi normalizada, voltando aos patamares pré-pandemia.

O indicador utilizado nesse estudo relaciona o percentual da renda domiciliar mensal necessário para abastecer um tanque de 55 litros de gasolina comum. Essa análise revela diferenças significativas no impacto da gasolina no orçamento familiar em diferentes regiões do país.

Nordeste lidera o percentual de gasto 

O Nordeste foi a região onde a gasolina representou a maior porcentagem do gasto familiar, com uma média de 9,7% da renda. O estado do Maranhão apresentou o maior percentual, com 10,8%, seguido pela Bahia, com 10,5%, e Ceará, com 10,2%. Esses três estados destacam-se como os locais onde o gasto com um tanque de gasolina é mais expressivo em relação à renda familiar.

Por outro lado, a região Centro-Oeste apresentou o menor percentual do país, com o gasto com gasolina correspondendo a 4,7% da renda familiar. Esse resultado é influenciado pelo Distrito Federal, que possui a menor média do indicador no país, representando apenas 3% da renda.

Capitais registram diferentes percentuais 

Nas capitais, é importante ressaltar que, embora a renda dos cidadãos seja geralmente mais elevada, é comum que o número de tanques a serem reabastecidos seja maior devido à maior dependência de automóveis, maiores distâncias percorridas e congestionamentos.

No recorte das capitais, a cidade de Rio Branco (AC) apresentou o maior percentual, com 7,8%, seguida por Porto Velho (RO), com média de 7,6%, e Manaus (AM), com média de 7,3%. Já as capitais onde o gasto com gasolina representou menor percentual da renda familiar foram Florianópolis, com 2,9%; Brasília, com 3%; e São Paulo, com 3,1%. No geral, a média entre as capitais brasileiras ficou em 3,7%.

Preços de combustíveis em maio 

Além disso, o Panorama também trouxe o indicador de preços de combustíveis para o mês de maio de 2023. Sem considerar a mudança na cobrança do ICMS da gasolina nos estados, o preço médio da gasolina comum teve uma queda de 1,2% em comparação com o mês anterior, chegando a R$ 5,510 por litro.

Já o preço médio da gasolina aditivada registrou uma queda de 1,6%, atingindo o valor de R$ 5,619 por litro. Por outro lado, o preço médio do etanol hidratado apresentou um aumento de 0,9%, ficando em R$ 4,049 por litro.

O diesel foi o combustível com maior queda de preço, com uma redução de 6,2% em relação ao mês anterior, com o preço médio de R$ 5,445 por litro. O diesel S-10 teve uma queda de 6% no mesmo período, com o preço médio de R$ 5,514 por litro.

Etanol ou gasolina?

O Panorama também avaliou o Indicador de Custo-Benefício Flex, que indica quando é vantajoso abastecer com etanol em relação à gasolina. Segundo a metodologia aplicada, quando o valor do etanol fica abaixo de 70% em relação à gasolina, é vantajoso abastecer com o combustível.

Entre 70% e 75%, não há uma diferença significativa entre os dois. Nesse sentido, apenas no Mato Grosso do Sul o etanol se mostrou vantajoso, com um índice de custo-benefício de 69,1%. Em alguns estados, como Amazonas (71,6%), Distrito Federal (72,6%), São Paulo (73,4%) e Goiás (74%), abastecer com etanol ou gasolina é indiferente em termos de custo-benefício.