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O Minas mudou.
Mas a maior freguesia da história do vôlei mundial continua intocável.
Difícil saber o que é pior: a sequência de derrotas para o Sada/Cruzeiro ou consagrar Lucão?
O central, contratado em maio de 2022, finalmente despertou e fez o melhor jogo com a camisa do clube em dois anos e meio.
Lucão, pasmem, foi o maior pontuador do Sada/Cruzeiro e decisivo no tie-break.
A sensação é que o jogador anda mais leve e comprometido com o projeto sem o peso da seleção brasileira nas costas.
E Lucão não foi o único central que brilhou.
A vitória passou necessariamente também pelas mãos do promissor Cledenílson, cada vez mais seguro e ganhando corpo.
No dia em que os atacantes de ponta e Wallace estiveram abaixo do esperado, ainda que não tenham comprometido, os centrais resolveram.
O bloqueio foi o fundamento que manteve o Minas vivo até o quinto set.
Mas foi pouco.
Não faltou entrega e disposição, mas a questão do Minas não é apenas a parte técnica.
O componente é emocional.
O Minas não tem cabeça e estrutura nas horas decisivas.
E não acontece apenas contra o Sada/Cruzeiro, algo comum, vide a primeira rodada quando caiu para o valente São José.
O recente tie-break é mais um exemplo.
O Minas teve a capacidade de buscar o resultado adverso, virou o placar, conseguiu o match point nas mãos, mas sofreu a virada e caiu.
Normal.
É aquilo: o filme é sempre o mesmo, só mudam são os atores.
E não tem previsão para sair de cartaz.