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Profissionalismo.
Em qualquer lugar do mundo, seja qual for a modalidade esportiva, o jogador estrangeiro é contratado para resolver, leia-se, fazer a diferença.
O recente caso envolvendo Yoandy Leal é mais um exemplo da Europa ao Brasil.
Não há motivo para drama ou coisa do gênero.
Leal, segundo consta, não entregou tecnicamente o que Lokomotiv Novosibirsk esperava.
Simples.
O experiente treinador Konstantinov recebeu carta branca da diretoria e dispensou Leal.
É bom ressaltar que uma situação como essa sempre tem 3 versões: clube, atleta e a verdade.
A sensação é que Leal, aos 36 anos, não é mais o mesmo.
O ex-jogador e ídolo do Sada/Cruzeiro já deu sinais na Olimpíada de Paris de ligeira queda física.
O Brasil está mal acostumado.
Na Rússia, como na Europa de maneira geral, não existe negociação.
A pressão nos estrangeiros é muito grande. A cobrança não é acima da média, apenas compatível com o investimento.
A dispensa de Leal não é a primeira e não será a última.
O episódio sugere que o Brasil ainda tenha um longo caminho pela frente de aprendizado e repense critérios de avaliação.
Evidente que é preciso levar em conta alguns aspectos como idioma, cultura, filosofia de treinamento e entrosamento.
Mas a maioria dos clubes tem como praxe bancar o estrangeiro até o fim, mesmo que os números e o aproveitamento mostrem o contrário.
Afinal, qual o problema em rescindir o contrato quando não tem entrega?
Há exatos 4 anos, o Minas, referência no mercado, dispensou no fim do primeiro turno Deja McClendon. A norte-americana foi liberada por deficiência técnica.
Deja é apenas um exemplo.
O Minas estava errado?
Claro que não.
Nada pessoal.
É basicamente uma questão de profissionalismo.
O caso envolvendo Leal é mais comum do que a gente possa imaginar na Itália.
São inúmeros episódios a cada temporada nos dois naipes, tudo juridicamente registrado baseado nas cláusulas contratuais com ou sem multa.
Os direitos são iguais para clube e jogador.
E todo mundo tem direito a tudo que é de direito.