Mais de 20 mil atleticanos seguiram, seguem ou seguirão pra Buenos Aires nesta semana. Tem gente indo de carro, de moto, de ônibus. E, pra quem pode, tem a opção prática do avião. Pegando o gancho dos aeroportos, neles há “pontos de não retorno”. São portas em que, por questões de segurança, a pessoa que atravessar não tem mais o direito de retornar. Analogia perfeita pro que estamos vivendo.
Atleticanada, é hora de a gente empurrar a porta do ponto de não retorno sem olhar pra trás. O que passou, passou. O que tem do outro lado pouco importa. É uma final de Libertadores e, se você está embarcando nesta aventura (seja para assistir à final de Buenos Aires ou de qualquer lugar do planeta), vá sem medo.
Os 10 jogos seguidos sem vitória não vão entrar em campo, mas a camisa do Atlético sim. O retrospecto ruim não joga, mas jogam Everson, Arana, Paulinho, Hulk e tantos outros que já nos deram tantas alegrias.
É proibido olhar pra trás. Pro que fez (ou não fez) o Galo, pro que fez o Botafogo, pro que faltou naquele ou no outro jogo, pras fragilidades que demonstramos aqui e ali. Irrelevante, tudo isso. São 90 minutos e um jogo da vida para todos nós - os que estarão no campo, os que estarão na arquibancada e os que estarão vendo pela televisão. Se der tudo certo, e vai dar, todo o resto vira resto.
Hora de vestir a camisa do Galo com orgulho - de preferência aquela da sorte. De respirar fundo às 16h59 de sábado com a confiança de que, às 19h, a missão vai ser escolher o local da comemoração. Hora de gritar Galo até a voz falhar, de confiar que veremos a melhor versão do Everson, do Lyanco, do Battaglia, Alonso e Arana, do Vera e do Franco, do Scarpa, do Paulinho, do Hulk e do Deyverson. Ou de qualquer outro que entrar em campo no Monumental.
É proibido voltar atrás. Mas, se quiser dar uma última olhadinha, lembra que ficaram pra trás Rosário, Peñarol e Caracas. Ficou pra trás o San Lorenzo. Ficou pra trás o Fluminense, atual campeão. Ficou pra trás o River Plate, dono da melhor campanha da primeira fase e de um estádio com um clima infernal, pra botar medo em quase todos os adversários.
Feita a revisão dos nossos méritos, agora só é permitido olhar pra frente. Vamos, Galo! Com a confiança de quem sabe que não há jogo melhor para retomar desempenho e reencontrar o caminho das vitórias. Não há hora mais propícia para rasgar toda e qualquer probabilidade que aponte o contrário.
É hora de redesenhar a história. Ninguém ganha de véspera.
Pra cima deles!