Palmeiras, Vitória, Flamengo, Botafogo e Bahia. O que têm em comum? Todos venceram o Atlético, neste Brasileirão, marcando ao menos três gols. Cinco jogos com um aproveitamento defensivo assustador. Em tese, é mais comum um time terminar um jogo sem tomar gols do que levando três ou mais, né? No caso do Atlético, neste Brasileiro, a conta está empatada. Só cinco vezes (em 24 jogos) nossa defesa não foi vazada.

São 36 gols sofridos em 24 jogos. Média de 1,5 por jogo. Não tá legal. Ontem, passamos mais uma vergonha na Bahia (a segunda do ano, logo na terra que coroou um dos títulos mais legais da nossa história, há três anos). Jogo assustador, que deixa vários alertas e nos leva a conclusões cada vez mais preocupantes.

O elenco passa longe de ser ótimo como já foi um dia - a distância entre alguns titulares e reservas é assustadora, mas isso é papo pra outra hora. A criatividade ofensiva do time segue nula. O último jogo de Série A que dominamos o adversário e acumulamos chances criadas foi em julho, contra o Vasco. A distância para a zona de Libertadores, hoje, é de nove pontos (com dois jogos a menos). Se não vencermos nenhuma das copas, lá vamos nós de novo, muito provavelmente, fazer conta torcendo pra G-7, G-8, G-9…

Outra coisa que assusta é que, aparentemente, Milito ainda não percebeu que derrotas com placares dilatados como o de ontem não são aceitáveis e não valem como uma derrota “normal”. Um gol sofrido (que é do jogo) desequilibra o Galo muito fácil. A busca desenfreada pela virada muitas vezes nos expõe de modo preocupante e nos leva a placares como esse, que jogam lá no chão a confiança que a gente começava a recuperar - logo nas vésperas das quartas de final da Libertadores.

Velhos problemas voltaram a aparecer: a desconcentração na defesa, a falta de marcação na entrada da área… Quer exemplos? O recuo errado do Palacios, o “abandono” do Lyanco em pelo menos dois lances, a liberdade pro Everton Ribeiro (disparado o mais talentoso do outro lado) finalizar da entrada da área, por aí vai.

A boa notícia do domingo, se é que teve, é que nosso adversário de quarta-feira também perdeu (e sem poupar titulares como fez o Galo). Milito desgastou alguns titulares e não adiantou nada. Mano Menezes desgastou todos, e o Tricolor das Laranjeiras vai chegar ao Maracanã baqueado por uma derrota num confronto direto contra o Z-4 do Brasileirão (2 a 1 pro Juventude, em Caxias do Sul).

Isso é algo que a gente precisa lembrar: temos nossos problemas, vários, mas todo mundo tem. Nosso rival, ontem, perdeu pro São Paulo (esse que acabamos de eliminar), em casa. Detalhe: o São Paulo jogou com reservas. Futebol, gente. Não tem nenhum torcedor no Brasil 100% satisfeito. Nosso Brasileirão até aqui é muito ruim. Perder por 3 a 0 pro Bahia (ou pra qualquer um) me deixa envergonhado, mas é hora de juntar os cacos e pensar em quarta-feira.

Estamos vivos nas copas e vou acreditar até o fim. No Brasileiro, evidentemente, estou preocupado. Precisamos começar a pontuar com mais regularidade. Ficar fora da Libertadores de 2025 seria uma vergonha pior do que qualquer das cinco goleadas que sofremos nesta Série A. Reage, Galo!

Saudações!