Terça-feira braba, em Vespasiano, e milhares (sim, milhares) de atleticanos estiveram na porta da Cidade do Galo pra passar apoio pros jogadores que, amanhã, vão representar milhões dentro do campo. O clássico ainda nem começou, mas já começamos bem. Que orgulho!
Em pleno 2025, alguns contextos fazem a gente ter uma percepção diferente sobre as torcidas. Não só a do Galo, mas todas elas. Vamos falar um pouquinho sobre a nossa realidade, sobre nosso universo preto e branco.
Na Arena, em função da elitização (fenômeno que acontece em quase todos os estádios brasileiros), o público é muito mais consumidor do que torcedor. Não é como eu gostaria que fosse, mas é como é, e brigar contra isso é dar murro em ponta de faca. Avaliar a torcida da Arena MRV como se fosse a torcida do Atlético é um erro.
Nas redes sociais, idem. São bolhas que, definitivamente, não representam o sentimento de uma torcida gigantesca. Nos Twitters e nas hashtags da vida, tudo parece horrível. Ninguém presta, já passou da hora de demitir o treinador e todos os jogadores são “bagres” que não sabem dominar uma bola. De vez em quando, como hoje, é bom a gente sair da bolha e perceber que, quando precisa, a Massa está lá pra jogar junto. Como sempre esteve.
Eu não tô falando que o torcedor-consumidor da Arena está errado em cobrar um espetáculo melhor, nem que o torcedor-tuiteiro está errado nas críticas que faz. Concordo com muitas delas, inclusive. Aliás, sou tuiteiro também. Mas, no fundo, é confortante saber que o torcedor que ainda tem a disposição pra apoiar acima de tudo segue existindo.
Afinal, como eu já escrevi nesta coluna outras vezes, o que é o futebol se não um amor irracional? De onde vem essa paixão alucinante por uma instituição esportiva fundada muito antes do nosso nascimento? De onde vem tanto sentimento pra torcer por 11 atletas milionários durante 90 minutos, duas vezes por semana, mesmo sem nenhuma relação pessoal ou familiar com nenhum deles?
Na véspera de um clássico como esse, a manifestação no CT enche meu peito de orgulho e de confiança. Agora, faltando horas pro jogo, precisamos ser um pouco mais como os milhares que foram pra porta do CT. É hora de apoiar Vitor Hugo, Rony, Cuca e todo mundo que veste nossa camisa. É hora de cantar até a garganta falhar, de acreditar até o fim. Se der errado, vamos às vaias e às hashtags. Mas, se der certo, podem ter certeza: o grito de cada atleticano que esteve no CT fez a diferença.
Vamos, Galo! É hoje.
Saudações.