Hoje é dia de Cruzeiro. E, com certeza, um clima diferente já habita o vestiário celeste. Ter conquistado a classificação à Copa Sul-Americana tirou um grande peso deste grupo, mas ainda existem "dívidas", como voltar a vencer no Brasileirão. Alexandre Mattos após a classificação contra o Lanús foi muito certeiro ao dizer que elenco, comissão e diretoria não estavam satisfeitos apenas com a vaga na decisão e muito menos com o momento, que ainda exige muitos cuidados.
Os próximos jogos na Série A, excluindo obviamente uma partida totalmente fora de sintonia contra o Corinthians às vésperas da final, são importantíssimos para aumentar a confiança do time. São nestas partidas que definições importantes sobre um 11 ideal acontecerão, com Diniz tendo testes importantes para ajustar e moldar este elenco.
Aquela ansiedade que também rondava o treinador em busca da primeira vitória, se foi. É o momento de amadurecer as ideias, a filosofia de jogo, e buscar uma reabilitação no Brasileirão. Com a iminência de um G7 neste momento, o Cruzeiro continua muito presente na briga por uma vaga na Libertadores nas duas frentes que possui até o fim da temporada.
São dois pontos para o Bahia que, neste momento, é o sétimo colocado. O desenrolar do torneio nacional e o que foi obtido em termos de pontuação, especialmente na primeira metade da competição, garantiram ao Cruzeiro uma gordura para segurar-se na briga, mesmo tendo vencido pela última vez no dia 1 de setembro, em partida contra o lanterna e já virtual rebaixado Atlético-GO.
A bem da verdade, temos que destacar que o destino anda muito bondoso para o time celeste. Além de ainda permanecer no bolo do G7 com uma campanha pífia no returno, o time teve pausas importantes para treinamento, além de encarar agora uma sequência de dois jogos como mandante, o primeiro deles diante de um Flamengo que está com seu pensamento voltado para a final da Copa do Brasil e tem importantes desfalques.
Nem por isso, obviamente, o jogo será fácil.
O Cruzeiro terá que desempenhar o seu melhor futebol, crescendo de rendimento e aumentando a sintonia com sua torcida nestas partidas pré-final e que serão um último contato antes da disputa em Assunção. Jogos que serão, de fato, um termômetro.
E será interessante também ver o que Diniz projeta para este time em termos de escalação e gerenciamento de elenco. Na defesa, o comandante parece ter encontrado um sistema mais apropriado com João Marcelo como titular, ao mesmo tempo que Villalba ganhou sua confiança, mantendo-se entre os titulares desde o dia 1. E eles passaram ilesos em La Fortaleza, algo que ainda não tinha acontecido desde a chegada do novo treinador.
No meio, Diniz poderá seguir apostando na trinca com Romero, Walace e Matheus Henrique, tendo Matheus Pereira como o homem de criação. Dentro disso, é possível ganhar um ataque com mais opções, especialmente com as subidas dos laterais. Por isso, a necessidade de se aproximar na fase ofensiva, incentivando também a troca de posições. Este é o estilo Diniz de jogo. Ainda desejo ver mais disso no Cruzeiro.
Há uma questão no ataque. Veron, neste momento, é a dupla de Kaio Jorge, e ambos foram fundamentais para o gol da classificação à final. Com Lautaro se recuperando, talvez ele ganhe mais uma oportunidade. Mas será que não seria melhor seguir investindo em uma dupla ofensiva?
Variações e observações que Diniz terá em busca da consolidação de um time que enfrentará um Racing de muita qualidade.
Como finalista da Copa Sul-Americana, o Cruzeiro precisa subir o sarrafo.