O Cruzeiro conheceu na noite desta segunda-feira (17) seus adversários na fase de grupos da Copa Sul-Americana. Não era a competição que a Nação Azul esperava em 2025. Múltiplos caminhos apontaram para a possibilidade de um retorno do time celeste à Libertadores, mas a equipe não foi suficientemente competente para aproveitar as oportunidades, tendo que se contentar em voltar, mais uma vez, ao caminho da Grande Conquista nesta temporada.
O Cruzeiro é a cabeça de chave do Grupo E e terá pela frente adversários acessíveis em busca de uma vaga no mata-mata. Lembrando que novamente apenas o primeiro colocado tem vaga garantida nas oitavas de final. O confronto que talvez reserve mais dificuldades será mesmo os duelos com o Palestino, do Chile, que na temporada passada aprontou para cima do Flamengo na Libertadores, vencendo o Rubro-Negro por 1 a 0, no Estádio San Carlos de Apoquindo, outro rincão da América do Sul, aos pés da Cordilheira dos Antes, que a Raposa pode ter que desbravar.
O adversário chileno fez uma interessante corrida internacional em 2024, terminando em terceiro em sua chave na Libertadores e avançando até as oitavas de final da Sul-Americana, quando parou no Independiente de Medellín. Mas, antes disso, nos playoffs, aprontou para cima de outro brasileiro, o Cuiabá, eliminando o Dourado da competição continental.
O time também começou muito bem a Liga de Primera do Chile, liderando o torneio com 12 pontos, um acima do Coquimbo Unido, e despachou a Católica na fase de qualificação da Sul-Americana. Neste ano, o time só sofreu duas derrotas em todas as competições.
Quem também cruzará o caminho do Cruzeiro é o Unión Santa Fé, da Argentina, atualmente na 13ª posição do Grupo A do torneio Apertura, com oito pontos. Foram apenas duas vitórias e dois empates em nove jogos no torneio até o momento. Apesar da fama combativa dos times argentinos, o Unión é uma equipe bem frágil.
Por último, a Raposa terá ainda o misterioso Mushuc Runa, comandado pelo técnico paraguaio Ever Hugo Almeida Almada, o mesmo que esteve à frente do Olimpia, do Paraguai, na final da Libertadores de 2013, vencida pelo rival. Na oitava posição do Campeonato Equatoriano, o Mushuc é um time jovem, fundado em 2003, justamente no ano da Tríplice Coroa cruzeirense.
Apesar de ser uma grata surpresa nos torneios locais, é também uma equipe com o poder de investimento reduzido em relação ao Cruzeiro. O adversário equatoriano atua em Ambato, cidade com uma altitude de cerca de 2,5 mil metros. A desvantagem não é tão grande quanto um jogo em Oruro, por exemplo. Um desafio aceitável.
A Raposa terá certos problemas logísticos, especialmente no jogo contra o Mushuc, mas nada que seja tão assustador do ponto de vista prático. O que poderá pesar, de fato, é o apertado calendário, já que as competições vão entrar em modo maratona até a paralisação do meio do ano, para a disputa do Mundial de Clubes. Este, a meu ver, será o grande desafio e que comprovará se o elenco atual é realmente capaz de suprir as necessidades deste primeiro semestre.
Em termos de Sul-Americana, a disparidade é evidente entre o time celeste e os demais adversários. Caberá à equipe comandada por Leonardo Jardim fazer valer sua força dentro da chave e buscar os melhores resultados possíveis para ter uma jornada mais tranquila, diferentemente do que aconteceu na temporada passada, quando o Cruzeiro avançou ao mata-mata com muita emoção - esteve praticamente à beira de uma eliminação precoce.
A lamentar a punição aplicada ao time, que não poderá contar com torcida em sua estreia em casa na competição continental. Em 2024, muito se falou sobre os sinalizadores e os apelos da diretoria não foram ouvidos. Deu no que deu. Que sirva de lição para esta temporada. Curiosamente, a CONMEBOL segue sendo rigorosa ao extremo em certas situações e complacente em crimes de racismo. Um papo longo para uma coluna adiante...