Velho Oeste
“Feios, Sujos e Malvados” (1976), filme do italiano Ettore Scola, tem, no mínimo, o título perfeito para um verdadeiro “Western spaghetti” (Faroeste espaguete, Faroeste macarrônico, ou bang-bang à italiana). Mas tem nada a ver. O faroeste italiano, na origem, era um subproduto do clássico e legítimo faroeste dos Estados Unidos. Para falar a verdade, é um termo deveras pejorativo para designar filmes de faroeste produzidos na Itália e na Espanha nas décadas de 1960 e 1970.
Velho e Bom
Um de seus mestres, foi o diretor Sergio Leone (1929-1989), tendo outro mestre assinando as maravilhosas, marcantes e inolvidáveis trilhas sonoras, ninguém menos que o instrumentista, compositor e maestro Ennio Morricone (1928-2020), autor de 1001 outras mágicas trilhas sonoras. Somando tudo, chegamos a mais uma soberba ideia do Palácio das Artes e sua Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – OSMG.
Bom e Italiano
Com os concertos de “Era uma vez no Faroeste”, a OSMG vai ressuscitar a música de Morricone e outras trilhas de faroeste no projeto “Música de Cinema”, em diálogo com uma mostra temática no Cine Humberto Mauro (também no Palácio das Artes), sob regência do “gatilho mais rápido do Oeste”, André Brant, maestro-assistente da orquestra. Imaginem as trilhas de "Por uns dólares a mais" (1965), “Três Homens em Conflito” (1966) e “Era Uma Vez no Oeste” (1968) – os três filmes de Sérgio Leone.
Bom e Monumental
E mais! A música-tema da série “Yellowstone” e da inconfundível abertura da ópera “William Tell”, de Gioachino Rossini. O concerto levará o público ao delírio com apresentações amanhã às 20h e domingo, às 18h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Os ingressos “a preços de dólar furado”, já estão à venda na plataforma Eventim e na bilheteria do Palácio das Artes.
Monumental e Espetacular
O concerto começa com a eloquente abertura do estúdio “20th Century Fox”. Depois, a “Abertura Faroeste”, para dar o clima das trilhas de “Por uns dólares a mais”, "Era Uma Vez no Oeste" e “Três Homens em Conflito”. E o show continua penetrando o universo do faroeste: milhões de tiros, duelos, paisagens e climas hostis; os “saloons”, whisky, jogos e seus personagens: vilões, heróis, caubóis, soldados, mineiros, garimpeiros e claro, lindas prostitutas.
Espetacular e Grandioso
Fala o maestro André Brant. "Se a gente observar as trilhas sonoras de faroeste mais celebradas, muitas são compostas para orquestra por conta do caráter grandioso. Justamente por essa natureza, só uma orquestra completa para dar à música a sua real dimensão. Já há algum tempo a OSMG apresenta um concerto dedicado ao cinema, sempre com êxito, por conta dessa presença forte da sétima arte na vida das pessoas”.
Grandioso Oeste
O público, dos concertos “Era uma vez no Faroeste”, vai conferir no Cine Humberto Mauro, brilhantemente conduzido por Vítor Miranda, os filmes que terão trilha sonora executada pela OSMG, na mostra “Faroeste Espaguete”. E justamente hoje, às 15h e às 17h serão exibidos os filmes “Por um punhado de dólares” (1964) e “Por uns dólares a mais”.
A Oeste do Éden
No sábado, às 17h, o filme “Três Homens em Conflito”, e no domingo, dia 6, às 20h, a obra-prima, “Era uma Vez no Oeste”. A mostra continua “quente e pelando” com um mergulho no universo estilizado da cinematografia italiana e em um dos movimentos mais marcantes do cinema popular.
Oeste no Éden
Agora, para terminar e aumentar a fome, outros filmes e espaguetes como, dia 10 de abril, às 17h, “Uma Pistola para Ringo” (1965), de Duccio Tessari. Dia 19, às 16h, “Pat Garrett & Billy the Kid” (1973), do ultraviolento, Sam Peckinpah, por sua influência. E até mesmo um “faroeste caboclo”, o brasileiro “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1969), de Glauber Rocha, dia 25 de abril, às 19h30, um diálogo com o cinema nacional.
Foto: Divulgação/FCS
Éden no Oeste
Dia 11 às 19h, “Os Imperdoáveis” (1992), de Clint Eastwood, como Peckinpah, outro exemplo do revisionismo americano, será exibido dentro do projeto “Cinema e Psicanálise”. A programação inclui, ainda, obras peculiares, “Belle Starr: A Pistoleira de Virginia” (1968), de Piero Cristofani e Lina Wertmüller, amplamente considerado o único “Western spaghetti”, dirigido por uma mulher.
Foto: Divulgação/FCS