Bruxaria gelada
Não acreditamos em bruxas e coincidências, mas que elas existem, existem! Bastou a campanha Inverno em Minas 2025 ser lançada, dia 11, para que, no dia seguinte, Belo Horizonte acordasse glacial. A profética campanha do governo de Minas, via Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), coloca Minas como uma imensa Campos do Jordão, paraíso paulista do frio.
Gelada infernal
Mas será que o inverno vem mesmo? Sim, porque, com as exceções tradicionais – de Barbacena para cima – em 2024, BH não sentiu uma gota de frio. Uns acusam o aquecimento global, outros dizem que a selva de pedra, erguida no Belvedere, Vila da Serra e Nova Lima, é o muro que não deixa o frio descer.
Gelada tropical
O Brasil nunca respeitou regras, muito menos as quatro estações do ano. O problema é que este “tempo de doido” não ataca apenas o Brasil. Mesmo nos Estados Unidos e na Europa, onde a pontualidade de cada estação era britânica em relógio suíço, não se pode acreditar, como antes, que o verão acabava, digamos, dia 31 de agosto e já em 1º de setembro sentíamos o outono.
Tropical e invernal
Muita gente adora o frio, inclusive porque, segundo e seguindo a tradição, as pessoas até se vestem melhor. Gente que só reclama do inverno ao tomar banho e quando acorda cedo. Então, se o frio vingar e vingar-se de 2024, Minas, na campanha lançada no Palácio da Liberdade, oferece ao viajante três grandes territórios de inverno.
Invernal e estival
São a Cordilheira do Espinhaço, a Mantiqueira de Minas e o Caparaó Mineiro. Ao todo, 300 municípios, com estimativa de 350 festas e eventos até setembro. A expectativa é de um fluxo turístico de sete milhões de pessoas. Entre os destaques, os festivais de inverno de Ouro Preto e Mariana, de Tiradentes e de Lima Duarte.
Invernal e cultural
E mais: o Inverno Cultural em Gonçalves, Poços de Caldas e Santa Rita do Sapucaí. Feiras de inverno no Palácio da Liberdade com vinhos, queijos e doces de tacho. O Festival Caparaó Blues, festas e manifestações culturais e comunitárias como vesperatas, encontros de bandas, reinados, festivais gastronômicos, musicais; os museus no Circuito Liberdade e da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop).
Cultural e contagiante
"O inverno mineiro é mais do que uma estação, é uma expressão da mineiridade. Oferece ao Brasil um frio que tem paisagem, cultura, tradição e afeto. Nossas montanhas e lareiras, nossos vinhos e cafés especiais são convites a viver o tempo de forma mais lenta, profunda e verdadeira", disse o secretário Leônidas de Oliveira, da Secult-MG.
Contagiante e sedutora
Frio das alturas e da liberdade. A Cordilheira do Espinhaço, mineira da gema e de Norte a Sul, tem Belo Horizonte como porta de entrada, com o Circuito Liberdade e sua programação cultural, com alguns dos destinos mais simbólicos do inverno brasileiro. A região combina patrimônio histórico, espiritualidade, ecoturismo, arte popular e o frio de montanha.
Lança Perfume
* Santuário do Caraça, Serra da Moeda, Catas Altas, Caeté e Santa Bárbara oferecem hospedagens históricas e clima de serra.
Vesperatas em Diamantina, boleratas no Serro, visitas às vinícolas emergentes e experiências com queijos artesanais são as pérolas do gelo.
Na Mantiqueira vivem as cidades polares do Brasil, como Monte Verde, Maria da Fé e Gonçalves, que desabam os termômetros mais fortes.
Cidades que são sinônimos de vinhos de altitude, fondue, azeites artesanais e cafés premiados.
Aplausos para a Rota Vulcânica em Poços de Caldas e Andradas.
Gastronomia de inverno em Santa Rita do Sapucaí, Extrema, Baependi e Carmo de Minas.
No Caparaó Mineiro, com o Pico da Bandeira a 2.892 m de altitude, “o frio é intenso, silencioso e sagrado”: trilhas, cafés especiais, vinhos artesanais e experiências mágicas.
A Rota Caparaó Mineiro oferece ainda alambiques centenários e vinícolas encantadoras entre montanhas: tradição e paisagens de fazer James Bom babar colorido.
Então, o negócio é ficar frio!