O Rio de Janeiro registrou, na tarde desta quinta-feira (24), a terceira morte em decorrência do tiroteio na avenida Brasil. Outros dois óbitos já tinham sido confirmados. Duas pessoas seguem hospitalizadas após serem baleadas. 


 A troca de tiros entre a Polícia Militar e criminosos ocorreu durante uma operação das forças de segurança no Complexo de Israel, mirando suspeitos de praticar roubos de carga. A ação bloqueou a avenida por cerca de duas horas e impactou a circulação de trens e linhas de ônibus na manhã desta quinta-feira (24).

Nas redes sociais, o prefeito Eduardo Paes (PSD) criticou a operação feita pelo governo do estado. Em fala direcionada ao governador Cláudio Castro (PL) e ao secretário de Estado de Segurança Pública Victor dos Santos, o chefe da administração municipal classificou a ação como 'loucura'. "Essa cidade nao aguenta mais essa irresponsabilidade", disse Paes. 

Vítimas

As vítimas foram levadas para os hospitais de Duque de Caxias e o Geral de Bonsucesso. O motorista de aplicativo Paulo Roberto de Souza, 60, já chegou morto ao Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo com um tiro na cabeça, segundo a prefeitura de Duque de Caxias.

Geneilson Eustaque Ribeiro, 49, foi levado para a mesma unidade, com ferimento de disparo na cabeça. Ele passou por cirurgia e morreu no início da tarde desta quinta. Uma mulher de 24 anos foi baleada na coxa e segue estável.

O passageiro de ônibus Renato Oliveira, 48, foi levado para o Hospital Geral de Bonsucesso após ser baleado na cabeça. Ele chegou a passar por cirurgia, mas não resistiu. Outras duas pessoas foram socorridas para a mesma unidade.

Um homem foi atingido por disparo no glúteo e ficará em observação. Ele foi preso e segue sob custódia. O outro, ferido no antebraço, foi atendido e liberado. 

Impactos da ação

A ação da PM é contra roubos de veículos e cargas nas comunidades Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau, onde criminosos incendiaram barricadas. Devido ao confronto, por volta das 7h, a avenida Brasil foi bloqueada no sentido zona oeste, a partir do BRT Cidade Alta, e no sentido Centro, na altura do viaduto de Vigário Geral.

Imagens nas redes sociais mostram o congestionamento na via e pessoas fora dos carros, abrigadas atrás de muretas para se proteger dos disparos. Em um vídeo, passageiros aparecem abaixados dentro de um ônibus.

A via foi liberada às 10h32. Segundo o Rio Ônibus, mais de 20 linhas foram impactadas com o fechamento da Avenida Brasil. "Mais um dia em que o direito de ir e vir dos cariocas é comprometido pela falta de segurança pública. Apelamos às autoridades para que tomem as devidas providências e garantam o direito básico de deslocamento", disse o sindicato, em nota.

Além disso, o confronto nas proximidades da estação de trem de Cordovil afetou o ramal Saracuruna, que passou a operar apenas entre Central do Brasi/Penha e Duque de Caxias/Saracuruna, com intervalos de 30 minutos.

As estações Penha Circular, Brás de Pina, Cordovil, Parada de Lucas e Vigário Geral foram fechadas, conforme a SuperVia, por medida de segurança para passageiros e funcionários.
A Secretaria de Estado de Educação informou que uma escola estadual foi fechada na região.

Já a Secretaria Municipal de Educação relatou que 16 escolas municipais foram impactadas, sendo oito na Cidade Alta, cinco em Vigário Geral e Parada de Lucas, e três nas comunidades Cinco Bocas e Pica-Pau.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que o CMS (Centro Municipal de Saúde) Iraci Lopes e a Clínica da Família Heitor dos Prazeres ativaram o protocolo de segurança e suspenderam o atendimento. O CMS José Breves dos Santos atrasou a abertura e avalia a possibilidade de funcionamento.

Segundo a secretaria, em 2024, até o momento, a violência gerou 900 registros de fechamentos temporários de unidades de saúde.

(Com informações de Bruna Fantini/ Folhapress)