Os belo-horizontinos estão contando os dias para o feriado de Corpus Christi, um dos mais importantes da Igreja Católica, que acontece no próximo dia 30. Isso porque, como a data cairá em uma quinta-feira, muitas empresas acabam emendando com a sexta-feira e o fim de semana.
Assim, a maioria dos moradores da capital mineira terão a chance de se programar para quatro dias de folga naquele que será o último "feriadão" de quatro dias em 2024 no calendário nacional.
Os aguardados feriados de 7 de setembro (Independência), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida) e 2 de novembro (Finados) vão cair em sábados. Já Natal (25/12) vai cair numa quarta-feira. O único feriado possível para uma “emenda” será Proclamação da República (15/11), celebrado numa sexta-feira.
Trabalhadores devem ficar atentos, pois nem todos devem descansar no próximo feriadão. O Corpus Christi é considerado ponto facultativo em várias capitais, como Rio de Janeiro e Recife, mas em Belo horizonte a data é considerada um feriado - ou seja, a convocação do trabalhador deve seguir regras conforme acordo coletivo da sua categoria.
Mas, além de ser um pretexto para ficar "de boa" em casa ou viajar, você conhece a origem por trás da data?
O Corpus Christi é uma celebração da Igreja Católica e não possui uma data fixa. O feriado acontece sempre 60 dias depois da Páscoa, em um quinta-feira. A expressão, que tem origem em latim e significa "Corpo de Cristo", celebra um dos sete Sacramentos, a Eucaristia, instituído na Última Ceia.
A data passou a ser celebrada na Idade Média, quando o Papa Urbano IV teria recebido o segredo da freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon (1193-1258), que dizia ter tido visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
A última ceia, na Quinta-Feira Santa, não podia ser comemorada em razão do luto da Sexta-Feira da Paixão e, assim, a Igreja Católica julgou que seria melhor instituir uma festa própria, fixando a quinta-feira após o domingo da ascensão do senhor.
A comemoração foi oficializada após um suposto milagre acontecer na cidade de Bolsena, na Itália, onde um sacerdote celebrante da Santa Missa teria relatado ver sangue escorrer após partir a hóstia. Papa Urbando IV teria, então, ordenado que as vestes sujas fosse levadas até Orvieto, em grande procissão, sendo a primeira da data em que se tem notícia.
Para celebrar a data, tapetes coloridos de sal são confeccionados nas ruas por fiéis da Igreja Católica ao redor do mundo para a passagem da procissão de Corpus Christi. A tradição, que iniciou em Portugal, foi trazida ao Brasil pelos colonizadores. Os desenhos são variados, mas sempre representam a Eucaristia.
Em Ouro Preto, o Triunfo Eucarístico de 1733, por ocasião da reabertura da matriz do Pilar, foi a mais grandiosa festa do Brasil colonial, segundo os relatos de época.
Ainda hoje, a antiga capital de Minas mantém a tradição, ao realizar as comoventes cerimônias de Corpus Christi, nas missas cantadas em suas matrizes e nas procissões que percorrem a cidade e os distritos. Durante as celebrações, os moradores põem colchas de rendas nas janelas e sacadas e fazem tapetes que cobrem as calçadas históricas. Para a confecção dos tapetes, são utilizados materiais diversos, como serragem colorida, borra de café, farinha, areia e flores.
O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.
Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!