O nome do cantor Gusttavo Lima - investigado em operação contra suposto esquema de lavagem de dinheiro - foi incluído nos sistemas de alertas da Polícia Federal. A informação foi confirmada nesta terça-feira (24/9) por fontes da Polícia Federal à reportagem. O sertanejo pode ser preso quando voltar ao Brasil e passar pelo sistema de migração. 

O artista deixou o país na madrugada dessa segunda-feira (23), horas antes de ter sua prisão decretada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Ele estaria com a família em Miami (EUA). A decisão da juíza Andréa Calado da Cruz pediu a detenção preventiva do cantor com base nos novos elementos da investigação da Operação Integration, a mesma que prendeu a influenciadora e advogada Deolane Bezerra. 

A respeito do andamento do cumprimento da decisão, o TJPE não se pronunciou e apenas informou que “os trâmites judiciais da Operação Integration estão sob sigilo, inclusive a decisão referente ao Habeas Corpus proferido na noite dessa segunda-feira (23/9). No referido caso, apenas a decisão (não o processo) de 23 de setembro de 2024, da 12ª Vara Criminal da Capital, relativa aos mandados de prisão, foi liberada pela juíza do caso para divulgação, e não as demais peças processuais.”

A decisão da Justiça

A juíza acatou pedido da Polícia Civil de Pernambuco e rejeitou argumentos do Ministério Público de Pernambuco. Na última sexta-feira (20), o MP havia pedido a substituição de prisões preventivas por outras medidas cautelares. A magistrada escreveu que a conexão da empresa dele com "a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado."

Ela também apontou que "é imperioso destacar que Nivaldo Batista Lima (nome de batismo de Gusttavo Lima), ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas"

Na decisão, a juíza ainda apontou que, no retorno de uma viagem à Grécia, uma aeronave que transportou Lima pode ter deixado dois investigados no exterior. "Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Lima e o casal de investigados, seguindo o trajeto Goiânia – Atenas – Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que sugere que José André e Aislla possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha", escreveu a Justiça.

Por fim, destacou que "esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade."

A defesa do cantor afirma que a decretação da prisão é injusta, que ele é inocente e que tomará as medidas cabíveis. "O cantor Gusttavo Lima jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela polícia pernambucana", diz a nota.

Operação Integration

A Operação Integration investiga um suposto esquema milionário de lavagem de dinheiro envolvendo cassinos online e casas de jogo do bicho. O caso ganhou destaque após a prisão da influenciadora Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, sob suspeita de participação.

Segundo informações da Polícia Civil, os envolvidos teriam ocultado bens provenientes de atividades ilícitas. Para disfarçar a origem do dinheiro obtido em casas de apostas e do jogo do bicho, foram adquiridos carros, aeronaves, imóveis e firmados contratos milionários de publicidade. (Com informações de Renato Alves)