O pintor Fabiano Ferreira saiu da Bahia, em 2023, rumo aos Estados Unidos, de forma ilegal, em busca do velho sonho americano: trabalho, dinheiro e prosperidade. Contudo, a vontade de viver dias melhores se transformou num pesadelo. Fabiano foi surpreendido pelo serviço de imigração e levado para uma prisão onde ficou 45 dias detido, passando por maus-tratos e humilhações até ser enviado de volta ao Brasil. O pintor e outras 80 pessoas desembarcaram nesta sexta-feira (21), no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, no avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
A aeronave pousou, inicialmente, em Fortaleza, com 94 deportados, antes de chegar à região metropolitana de Belo Horizonte. Dentre os passageiros se encontravam nove crianças, dois idosos e dois homens com mandados de prisão expedidos no Brasil, que foram imediatamente detidos. Esta é a terceira vez, desde o início do Governo de Donald Trump nos EUA, que um voo com brasileiros expulsos pelo governo norte-americano chega ao país.
"Esqueçam o sonho americano, ele não existe. Admito que fui de forma ilegal trabalhar nos Estados Unidos. Trabalhei como pintor durante dois anos. E, quando fui pego pela imigração, fui levado para uma espécie de prisão. Nesse lugar fiquei por 45 dias esperando a deportação. Passei por muitas humilhações até chegar no meu país, onde fui bem tratado. Não quero mais voltar pra lá. Agora, é recomeçar no ramo de informática, na Bahia, com meu irmão, esse será meu recomeço", desabafou fabiano.
Em Confins, os repatriados foram recepcionados pelo secretário nacional de proteção e defesa dos direitos humanos, Bruno Renato. Com a frequência de voos de repatriados, foi criado um posto de acolhimento no aeroporto, com acesso a água, alimentação, pontos de energia e internet.
"O Ministério das Relações Exteriores realiza as tratativas com o governo americano para que seja preservada a garantia dos direitos humanos. Contudo, chegando em solo brasileiro, todos têm as algemas retiradas. Os que têm problemas com a Justiça são devidamente detidos. Aqui no aeroporto prestamos toda informação, apoio e auxílio nos translados. Chegando no Brasil todos os brasileiros são tratados com humanidade", destacou Bruno Renato.