A Polícia Civil do Espírito Santo indiciou um professor que usou a mesma agulha para furar os dedos de 43 alunos de uma escola estadual de Laranja da Terra, na região serrana do estado, durante uma aula prática sobre tipos sanguíneos. O professor vai responder por ter exposto a vida ou a saúde dos alunos em perigo iminente.
O episódio ocorreu em março deste ano, mas o indiciamento foi feito nesta semana - após o pai de uma estudante denunciar o caso às autoridades. Os alunos, com idades de 16 e 17 anos, eram de quatro turmas de 2º e 3º séries do ensino médio da instituição pública.
Segundo a polícia, o docente admitiu ter usado a mesma agulha, mas ressaltou que higienizou o objeto com água corrente, água destilada e álcool 70% ao alternar entre os alunos. Em depoimento, os estudantes confirmaram a versão do professor.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Guilherme Eberhard Soares, o professor não tinha autorização da escola para esse tipo de atividade prática e a unidade de ensino não possuía material descartável para a realização desse tipo de procedimento. Os pais também não tinham conhecimento da aula prática e, logo, não autorizaram a atividade.
Bateria de exames
Após o episódio, os alunos e o professor foram submetidos a testes de saúde. Todos os envolvidos realizaram exames de sífilis, hepatites B e C e HIV e os resultados foram negativos.
Além disso, um inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Espírito Santo. O órgão já recebeu o documento e vai decidir se acolhe o pedido e encaminha à Justiça estadual ou arquiva o caso. O professor só se tornará réu se o indiciamento for acolhido pela Justiça.
O professor foi demitido da escola em março, na época do ocorrido. Como ele não teve a identidade divulgada, não foi possível localizar sua defesa para pedir posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.