O motorista de aplicativo Júlio César Talarico, de 34 anos, natural de Rio Claro, São Paulo, teve seu Fiat Cronos envolvido em dois incidentes graves neste ano. Em janeiro, o veículo foi atingido por um avião em Ubatuba e, em julho, foi roubado e destruído em um acidente na Rodovia Washington Luís (SP-310), em Santa Gertrudes.

No dia 9 de janeiro, durante trabalho na temporada de verão no litoral paulista, o carro de Talarico foi atingido por uma aeronave de pequeno porte que ultrapassou a pista do aeroporto de Ubatuba e explodiu na Praia do Cruzeiro. O acidente causou danos de R$ 17 mil ao veículo.

"Na hora que eu abri o olho, eu vi o desespero do pessoal dentro do avião e a asa pegando no meu carro. Chacoalhou tudo, meu carro entrou naquela bola de fogo que explodiu. Pensei: 'aqui eu morri'", disse o motorista. As informações são do portal g1.

Talarico tentou obter ressarcimento pelos danos. "Entrei (com ação) contra a família porque o avião era particular e não tive resposta até agora. O seguro do avião não consegue pagar porque estava com prefixo cassado. Agora fica o seguro jogando pra família e família jogando pro seguro, parece pingue-pongue. Ficou R$ 17 mil para arrumar, mas acabei não arrumando, porque era mais estético, mas agora aconteceu isso no sábado", afirmou.

Na tarde de 5 de julho, Talarico aceitou uma corrida próximo ao Shopping de Rio Claro quando foi abordado por um assaltante. "O ladrão me mostrou a arma, mandou entrar numa viela e falou pra eu pegar a carteira e o celular. Ainda falou que iria fazer uma 'coisa' e deixaria o carro abandonado na pista, para eu dar queixa do roubo em 1 hora", declarou ao g1.

O veículo foi levado por Michael Balog Jancu, de 53 anos, que morreu após tentar ultrapassar uma moto, colidir com uma carreta Volvo e capotar na Rodovia Washington Luís, em Santa Gertrudes. O carro teve perda total.

"O veículo estava todo destruído, deu perda total, fiquei no prejuízo. Mas Deus deu sinal pra mim e me livrou, porque o cara poderia ter me levado (no veículo). Foi um livramento. Eu renasci duas vezes neste ano. Estou meio abalado, porque era o único jeito de trazer sustento pra casa", disse Talarico.

O motorista estava em processo de troca de seguradora. O novo contrato seria finalizado em 7 de julho, dois dias após o roubo. "Faltava só tirar foto e mandar pelo aplicativo que não estava aceitando as imagens, eu fiquei de ir até o local (seguradora) na segunda", explicou.

Sem seguro e com o veículo destruído, Talarico iniciou uma campanha online para arrecadar R$ 50 mil destinados a quitar as 40 prestações restantes do financiamento, cada uma no valor de R$ 2,6 mil. O carro havia sido comprado em setembro de 2024.

"Eu pesquisei muito para ter esse carro, era um sonho que tinha, antes trabalhava com carro alugado. Juntei dinheiro para dar entrada, mas estava trocando o seguro porque estava caro o que eu tinha feito", afirmou.

Para voltar a trabalhar, ele precisa de um cartão de crédito com limite de R$ 3 mil para alugar um veículo. "Eu levanto tudo dia e penso: o que faço? Porque as contas não param. Pelo menos se conseguir quitar o carro, saio da dívida e financio o outro para voltar a trabalhar", declarou.