Um médico e empresário de São Paulo foi preso em flagrante na noite de sexta-feira (18/7) após agredir verbal e fisicamente funcionários de um hotel de luxo em Aracaju, Sergipe. O homem também teria danificado a mobília e um computador do estabelecimento. Cenas de violência e vandalismo foram registradas por funcionários do hotel.

O suspeito foi identificado como Carlos Alberto Azevedo Silva Filho, de 44 anos. Carlos Alberto Azevedo Silva Filho, de 44 anos, natural de Barueri, na Grande São Paulo, estava apenas de passagem por Aracaju. Silva Filho chegou a Aracaju na última quinta, 17, e ficaria até domingo, 20. A reportagem tenta contato com a defesa do médico.

Conforme o hotel Vidam, onde o caso aconteceu, Silva Filho chegou alcoolizado no empreendimento na sexta à noite e, agitado, começou a ofender os funcionários. Um deles foi xingado de "gordo" e "preto". Para entender a situação, outro funcionário tentou conversar com o médico, mas levou socos e empurrões, segundo o hotel, em nota.

O médico também danificou cadeiras e mesa, e um computador que estava na recepção do empreendimento. Os motivos que levaram o suspeito a cometer os atos de agressão não foram esclarecidos.

De acordo com a Secretaria da Segurança de Sergipe, os xingamentos e os atos de intolerância aconteceram em momentos distintos. Funcionários chegaram a gravar parte dos gestos de violência do médico e os vídeos serão anexados ao inquérito, informou a pasta.

A Polícia Militar foi acionada por volta das 23h. O médico estava já em seu quarto, dormindo, quando foi abordado pelos agentes. Mesmo resistindo à prisão, os militares o levaram para a Central de Flagrantes.

Após ser detido, Silva Filho foi conduzido à audiência de custódia, no sábado, 19, realizada no Plantão Judiciário. Na ocasião, a juíza plantonista, Carolina Valadares Bitencourt, homologou a prisão em flagrante e decretou a prisão preventiva do médico.

"Estão presentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva, tais como a garantia da ordem pública, uma vez que a conduta do flagranteado revela não apenas um ato criminoso isolado, mas um comportamento socialmente reprovável, marcado pelo desprezo à dignidade da pessoa humana e à igualdade racial", disse a magistrada na decisão, obtida pela reportagem.

Para a juíza, a formação de Silva Filho em Medicina agravou ainda mais a decisão. "O fato de o autor ser médico, profissional que, por dever ético e legal, deve zelar pela vida e respeito ao próximo, apenas agrava a gravidade do delito", acrescentou Carolina Valadares.

Carlos Alberto Azevedo Silva Filho foi encaminhado a um estabelecimento prisional para presos provisórios.

Em comunicado, a gerência do hotel diz repudiar as agressões do hóspede e se solidariza com os funcionários. "O Grupo Vidam reforça que o empreendimento conta com estrutura de luxo e atendimento de excelência de todos os colaboradores. Repudia também qualquer ato de violência e desrespeito", disse a nota.