Morreu, nesta sexta-feira (22 de agosto), o pianista Miguel Proença, aos 86 anos, no Hospital São Vicente, no Rio de Janeiro. Reconhecido internacionalmente, o Proença contribuiu para o prestígio da música erudita brasileira em outros países. A morte foi confirmada pelo cantor Márcio Gomes, amigo próximo do pianista. A causa foi falência múltipla dos órgãos.

"Sua carreira foi brilhante como pianista clássico, mas amava a música popular", escreveu Gomes, nas redes sociais.
Nascido em Quaraí, no Rio Grande do Sul, Proença começou a aprender piano ainda na infância. Estudou o instrumento em Hamburgo e Hannover, na Alemanha. Quando voltou ao Brasil, foi morar no Rio de Janeiro, onde dirigiu a Sala Cecília Meireles, a Escola de Música Villa-Lobos e foi secretário municipal de Cultura entre 1983 e 1988.

Em 2019, Proença assumiu a presidência da Funarte, durante o governo de Jair Bolsonaro, mas foi exonerado em novembro do mesmo ano. A demissão ocorreu após o pianista, junto a outros artistas, ter defendido a atriz Fernanda Montenegro, na época atacada pelo dramaturgo Roberto Alvim que a chamou de "sórdida" e "mentirosa". Alvim, na época, era diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte.

Proença gravou mais de 30 discos durante sua carreira, entre eles a série "Piano Brasileiro", em 2005, na qual interpretava autores clássicos. Ele colaborou com renomados compositores nacionais, como Alberto Nepomuceno, César Guerra-Peixe, Edino Krieger, Ernesto Nazareth, Oscar Lorenzo Fernández, Radamés Gnattali e Heitor Villa-Lobos, e internacionais, como o violinista italiano Salvatore Accardo e o flautista francês Jean-Pierre Rampa.

O pianista ainda fundou a Orquestra de Câmara da Cidade do Rio de Janeiro quando foi secretário municipal e deu aulas no Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ, e na Universidade de Música de Karlsruhe, na Alemanha.
Proença deixa três filhos, Paulo, Daniel e Laura. O velório será neste domingo (24 de agosto), na Sala Cecília Meireles, no Rio, a partir das 10h.