Washington, EUA. Será que uma pílula ou um spray nasal seriam capazes de salvar um casamento? Talvez, segundo pesquisadores que investigam a base química da mais elusiva das emoções - o amor. Larry Young diz que seu objetivo não é criar uma poção do amor high-tech e, sim, entender distúrbios graves, como o autismo, que afetam a capacidade de formar vínculos sentimentais.
"Os biólogos em breve poderão reduzir certos estados mentais associados ao amor a uma cadeia bioquímica de eventos", disse Young, do Centro Nacional Yerkes de Pesquisas de Primatas, na Universidade Emory (Atlanta), em artigo na revista "Nature".
Laboratório. Seu estudo com arganazes (roedores das pradarias norte-americanas) demonstrou que uma rápida dose do hormônio correto pode alterar drasticamente os relacionamentos.
Esses graciosos roedores são um bom modelo para as relações humanas, segundo Young. Ao contrário de outros animais, eles formam casais que criam os filhotes e passam a vida juntos. Mas é fácil mudar esse comportamento.
"É uma reação química. Pelo menos nos arganazes sabemos que, se você pega uma fêmea, coloca-a com um macho e infunde oxitocina no seu cérebro, ela vai rapidamente criar laços com esse macho", explicou.
Ao rebaixar os níveis naturais de oxitocina - hormônio envolvido no parto, nos cuidados maternos e nos laços sociais -, ela rejeita o macho como parceiro, mesmo que haja diversas cópulas.
"Os experimentos demonstraram que um borrifo nasal de oxitocina aumenta a confiança e sintoniza as pessoas nas emoções das outras", escreveu Young.
Verdade?
Na Internet, já estão sendo vendidos produtos como o Confiança Líquida Reforçada - mistura de oxitocina e feromônios, como uma colônia, preparada para reforçar o namoro e os relacionamentos.