São Paulo. Mudanças bruscas de temperatura, como sair da sauna e tomar uma ducha fria, exigem um esforço de adaptação muito grande do organismo. Por isso podem ser extremamente perigosas para quem já tem alguma doença crônica ou sofre de problemas circulatórios.
Nesses casos, podem levar a arritmias cardíacas, alterações metabólicas e pulmonares e até mesmo provocar uma parada cardíaca. Em quem tem insuficiência cardíaca, por exemplo, o choque térmico pode colaborar para um edema pulmonar, como o que causou a morte do deputado federal João Herrmann Neto (PDT) no domingo, embora ainda não se saiba se o deputado era doente cardíaco. O edema, ou inchaço, no pulmão nada mais é do que o encharcamento do órgão pelo sangue que não foi corretamente bombeado pelo coração.
Mesmo pessoas saudáveis, no entanto, não estão livres de sofrer danos se ficarem expostas a uma grande variação de temperatura tanto para o frio como para o calor. Se for de um extremo ao outro, pior ainda. A adaptação vai depender das condições do organismo e dos hábitos de vida da pessoa.
Sob calor em excesso, os vasos se dilatam e a pressão cai. Já com o frio, acontece o contrário: há uma vasoconstrição, que dispara a pressão arterial. Em ambos os casos, o coração acaba sobrecarregado. "Se a pessoa quiser fazer sauna, deve permanecer pouco tempo no calor e passar por uma transição gradual de temperatura", ensina o clínico geral Arnaldo Lichtenstein, médico do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Dicas
Prevenção. Idosos e pessoas que têm algum problema de saúde só devem fazer sauna com o aval do médico. Para as gestantes e crianças, ela é contraindicada. E deve-se evitar sempre tomar uma ducha gelada logo em seguida.