NOVA YORK, EUA. Para algumas pessoas, a bile chega a subir o sistema digestivo, mas não até a garganta. Entretanto, ela pode subir o bastante para causar distúrbios digestivos e danos graves ao revestimento do estômago e esôfago.
Os sintomas são semelhantes aos da azia, e muitas pessoas que sofrem do problema ouvem que têm doença de refluxo gastroesofágico, também conhecida como refluxo de ácido.
Entretanto, o tratamento com remédios populares para refluxos de ácido, como os inibidores da bomba de prótons, não consegue funcionar ou gera apenas alívio parcial.
Isso acontece porque o refluxo de ácido é, na maioria das vezes, apenas parte do problema. O culpado principal é o refluxo da bile, fluido digestivo que deve permanecer no intestino delgado, onde auxilia na digestão de gorduras.
A bile não é um ácido. Ela é um fluido alcalino que consiste em sais biliares, pigmentos biliares, colesterol e lecitina. Ela é produzida pelo fígado, armazenada na vesícula biliar e liberada de forma intermitente ao duodeno - parte superior do intestino delgado - quando é necessário digerir gorduras. A bile continua a ser produzida como um auxiliar digestivo mesmo se a vesícula for removida.
O diagnóstico errado do refluxo de bile e a falha em controlá-lo podem resultar em problemas graves e possivelmente letais - úlceras pépticas hemorrágicas e esôfago de Barrett, possível precursor do câncer esofágico. Entretanto, o diagnóstico errado é comum, e, até quando a condição é identificada corretamente, os médicos frequentemente são fatalistas quanto ao seu tratamento.