Em 2009, os homicídios no Rio provocados por policiais em serviço chegaram a 1.048 registros: 54% de todas as mortes praticadas pela polícia do país naquele ano. Já em 2013, esse número caiu para menos da metade, com 416 registros, o que representa 20% das mortes em intervenção policial no país. Em 2012, o Rio chegou a ficar atrás de São Paulo. Os policiais fluminenses mataram 419, enquanto os paulistas mataram 583.
Em 2012, a PM paulista enfrentou uma guerra não declarada com o crime organizado (com baixas dos dois lados), o que elevou os índices de homicídio de todos os tipos.
Para a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, a melhor notícia do anuário é a redução dos números no Rio. “A única notícia boa desse cenário são os dados cariocas. Desde a implantação das UPPs, o Rio tem tido uma redução expressiva de letalidade. A única notícia boa desse cenário extremamente triste. Seis pessoas mortas por dia é muita coisa”, disse ela.
Sem controle. São Paulo até poderia receber elogios semelhantes, já que as mortes por intervenção policial caíram de 566 para 364 em cinco anos (queda de 36%). Esse bom desempenho acaba eclipsado pelo aumento de quase 40% dos homicídios praticados por policiais no horário folga. Não é possível saber a evolução do número de pessoas mortas por policiais em horário de folga no Rio de Janeiro porque lá, assim como em outros Estados, não existe um controle estatal.