Recife. O irmão do bicampeão mundial de boxe, o italiano naturalizado canadense Arturo Gatti, 37, Fabrizio Gatti, chegou ao Recife ontem para acertar os detalhes do traslado do corpo do atleta para o Canadá. Utilizando um esquema de segurança, ele driblou a imprensa e saiu do Instituto de Medicina Legal (IML) em silêncio. A jornais canadenses, parentes da vítima disseram acreditar que a esposa de Arturo, a mineira Amanda Carine Barbosa Rodrigues, 23, é responsável pela morte dele. Eles também disseram que vão lutar pela guarda do filho do casal, um bebê de 11 meses.

Em um encontro com jornalistas em Montreal, no Canadá, no último sábado, Fabrizio Gatti afirmou que a família não está preocupada com a herança deixada pelo atleta e sim em obter a guarda do seu filho.

"Nós vivemos muito bem. Essa não é uma questão de dinheiro ou de herança. Ela (a viúva) pode levar todo o dinheiro que quiser, não me importo. Mas queremos o pequeno (Arturo Jr.).

Não é necessário ser propriamente um milionário para cuidar de uma criança", disse Fabrizio.
Familiares afirmaram que, três semanas antes de ser encontrado morto em um flat em Porto de Galinhas, Litoral Sul, em 11 de julho, o lutador mudou o testamento, tornando Amanda Rodrigues sua única beneficiária. Só o seguro de vida do bicampeão mundial seria de US$ 1 milhão.

Fabrizio Gatti fez duras críticas à viúva, inocentada da acusação de matar Arturo após laudo do Instituto de Criminalística (IC) constatar suicídio por enforcamento. "Ela pode dizer que é uma boa mãe, mas nós, a família de Arturo, sabemos a verdade. Junior, desde que nasceu, ficava mais com Arturo ou com minha mãe", disse o irmão de Arturo.

Fabrizio Gatti veio ao Recife no mês passado para prestar depoimento à polícia e cuidar do traslado do corpo do irmão para o Canadá. "Quando estive no Brasil para recuperar o corpo do meu irmão, me foi dito que havia provas contra ela. Três semanas depois, não havia mais nada", afirmou, assegurando que o caso terá nova reviravolta.

Agravante
Suspeita. Inocentada da acusação de matar Arturo, após laudo do Instituto de Criminalística constatar suicídio por enforcamento, Amanda Carine Barbosa Rodrigues ainda é apontada como suspeita pela família do boxeador.

Declaração. O padrasto dele, Gerardo di Francesco, disse que ouviu Amanda ameaçar o marido durante uma briga no mês passado. "Eu a ouvi dizer: ‘Eu mato você um dia, mato você’", ele afirmou ao jornal canadense.